A máscara de indiferença fria adornava o rosto de Cézar. Ele já estava vestido, e colocava toras de madeira no fogão.
- Você ainda não tem fome? Há bastante comida na geladeira. Os caseiros deixam sempre algo preparado e a despensa abastecida.
Ela não tinha apetite, mas precisava de algo com que se ocupar, para esquecer o que aconteceu.
- Quer que eu prepare algo para comer?
- Não. Tem uma sopa pronta e arroz carreteiro, mas se quiser uma sanduiche de queijo quente, também posso fazer. Se aqueça no fogo enquanto esquento a comida.
- Não quero nada, mesmo, Cézar. Eu prefiro ir me deitar.
- Você vai comer algo primeiro. Não almoçou direito, eu reparei. Não há aquecimento além do fogão, e, se o nível de açúcar em seu sangue baixar muito, você sentirá um frio terrível durante a noite.
Sem forças para discutir, Dafne procurou engolir um pouco da comida que ele esquentou e serviu em pratos limpos de louça branca, que, para sua surpresa e alegria, estava muito gostoso.
Comeram em silêncio.