CAPÍTULO 37

— Ana cooper —

Tudo estava embaçado. Senti como se flutuasse fora do meu próprio corpo. Um zunido constante tomava conta dos meus ouvidos, como um sussurro distante, como ondas quebrando muito longe da praia. Mas havia vozes… vozes correndo, gritos, alguém chamando meu nome — desesperadamente.

“Senhorita… senhorita, me ouve? Consegue me ouvir?”

Os paramédicos estavam ali, eu sabia. Sentia as mãos correndo pelo meu corpo, apressadas, precisas. O cheiro de álcool, de sangue, de borracha queimada misturava-se ao gosto metálico na minha boca. Mas nada disso era mais forte que a dor. Não só a dor física… mas aquela outra. A dor de saber que fui enganada.

Lion.

O nome dele ecoou dentro da minha cabeça como uma martelada surda. Eu vi o rosto dele entre os vultos. Ou talvez só tenha imaginado. Mas era real o suficiente para me cortar.

“Ana… me desculpa…”

A voz dele voltava em flashes, como uma fita danificada que toca e repete as piores partes.

“Eu e ela estávamos quase nos divorciando…”

“Eu
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