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Capítulo 4 - Alice Mendes

Chego na empresa e já vou preparando tudo, temos uma reunião com o senhor Alberto que agora é o nosso vice-presidente. Precisamos decidir algumas pendências com ele, passar o contrato para ser lido e assinado e decidir sobre a sala e a secretária, que já solicitei junto ao RH para que a seleção seja feita e aplicarmos as provinhas. A Catarina levou a carta dela hoje de manhã, solicitando interesse em realizar a prova, espero que ela seja aprovada,, assim poderá trabalhar comigo.

   O senhor Edgar chega, corro para pegar o seu café como ele gosta, quente e sem açúcar. Equilibro a bandeja em uma das mãos e com a outra pego o meu tablet para podermos repassar a agenda. Com as duas mãos ocupadas me desdobro para bater na porta e entrar, o que consigo realizar com maestria; acho até que daria uma boa garçonete, dou risada sozinha. O senhor Edgar me vê e já corre para me ajudar.

— Menina, uma hora isso tudo irá cair — ele diz me ajudando com a bandeja. Sempre prestativo.

— Estou acostumada senhor, afinal, todos os dias faço o mesmo trajeto com as mesmas coisas nas mãos — respondo sorrindo.

  Ele ri e fala em seguida.

— Fico feliz que você tenha sido tão insistente nos cursos e nas vagas, sei que tenho uma secretária eficiente aqui na presidência e que irá ajudar o meu filho no que ele precisar, pois você conhece tudo tão bem quanto eu.

— Ah, senhor, não é para tanto, só faço o meu trabalho bem, porque amo o que faço, então me dedico ao máximo para aprender tudo o que posso — respondo sorridente, ainda com o tablet nas mãos.

— E você aprende direitinho, apesar de ser tão nova é muito inteligente e esforçada, não pensa em fazer uma faculdade? — ele me pergunta, já bebericando o seu café.

— Claro que penso, senhor, quero fazer administração, já estou economizando para começar logo.

— Então escolha a faculdade, eu irei financiar os seus estudos — informa deixando seu café de lado e me encarando. Até penso ser uma brincadeira, mas seu Edgar fica sério.

     Espantada com aquela informação, acabo deixando o tablet cair. Como assim? será que ouvi direito?! Ele irá pagar a minha faculdade. Rapidamente me abaixo, pego o tablet, olho para ver se não sofreu nenhuma avaria, vejo que está tudo ok e logo em seguida, ainda assustada pergunto.

— O senhor irá pagar a minha faculdade, é isso mesmo que ouvi? — questiono para ter certeza.

— Sim, Alice. Precisamos de profissionais assim como você, dedicados e que amam o que fazem, e será um prazer poder lhe proporcionar isso. Quando terminar, quem sabe nos ajuda com um dos nossos hotéis? —  eu só consigo sentir mais admiração por esse homem bondoso, mas o lado de que sempre lutei sozinha por tudo, fala mais alto.  

— Mas, senhor, eu não posso aceitar. O que as pessoas irão pensar de mim? — indago envergonhada.

— Ninguém precisa ficar sabendo, Alice, vamos fazer assim, eu mesmo irei ver a faculdade, te informo em qual está matriculada, e assunto encerrado. Por favor, chame o Alberto e vamos dar início à reunião. E espero que não me decepcione.

— Ok, senhor! Com licença, obrigada, por tudo, mais um vez!

   Ele assente e saio da sala ainda boba com o que ouvi e corro para chamar o senhor Alberto. Logo damos início à nossa reunião e já deixamos tudo acertado para o seu novo cargo.

    Chega o horário do almoço, e irei acompanhar meu chefe em um compromisso, que será aqui no hotel mesmo, o que nos facilita. Pego a pasta com o contrato do novo fornecedor e quando me levanto da cadeira o senhor Edgar abre a porta, e assim saímos para o restaurante. A mesa que pedi, fica em uma área privada e de frente para as piscinas do hotel, que já está arrumada e é para lá que seguimos. Nos sentamos e aguardamos o nosso convidado, que chega logo em seguida, acompanhado de um moço bonito, eu conheço o mais velho que é o dono da empresa Supremo Corte, com quem entrei em contato para uma possível reunião, que foi aceita de imediato. O senhor Homero Pacheco nos apresenta, então o seu filho Gabriel, que será o nosso intermediário, que me olha de cima a baixo e me cumprimenta em seguida, beijando a minha mão. Ele também cumprimenta o senhor Edgar e começamos a discutir sobre o contrato.

  Deixo tudo explicado, dou uma cópia a eles para que leiam, e depois fazermos uma nova reunião para discutir as cláusulas do contrato. Enfim, nosso almoço chega e mudamos o assunto de trabalho. Senhor Homero me inclui na conversa deles.

— Então, senhorita Alice, tão nova e tão inteligente, soube levar a reunião muito bem, às vezes até duvido que precisaríamos do presidente aqui — ele brinca e todos na mesa riem.

— O senhor Edgar é indispensável nas reuniões, eu só explico os prós e contras de ser um contratado nosso, que aliás existem mais prós do que contra — informo de forma simpática.

— Com certeza, fiquei encantando com o hotel, uma vista maravilhosa daqui de cima, irei fazer uma reserva para trazer a família.

— Você tem mais filhos, Homero? — senhor Edgar pergunta.

— Sim, ao todo eu e minha esposa temos três filhos. O Gabriel é o único homem e o mais velho, as minhas meninas não quiseram seguir a profissão do pai.

— A administração é um tanto complicada para mulheres. Por isso fiquei encantado com a esperteza e agilidade da senhorita Alice — diz o senhor Gabriel, e eu revido em seguida.

— A mulher é capaz de qualquer coisa, senhor Gabriel, até mesmo de ser presidente de uma rede de hotéis — esclareço.

— A menina Alice irá iniciar em administração logo, e realmente ela é muito esperta e inteligente, até sagaz posso assim dizer. Ela chegou aqui há um ano e meio, fez cinco cursos que a empresa ofereceu e em menos de dois meses já estava me ajudando na presidência — senhor Edgar anuncia, parecendo orgulhoso por mim. Sou muito grata a ele.

— Com tantos elogios vou acabar roubando ela para mim — senhor Homero diz de forma divertida.

— Bom, como terminamos a pauta principal da nossa reunião, irei deixá-los, pois ainda tenho muito trabalho a fazer, com licença senhores. — Me levanto para sair e começo a caminhar para a saída do restaurante, quando escuto alguém me chamar.

— Senhorita Alice, me espere, poderia me levar para um passeio pelo resort?  — olho para trás e vejo o senhor Gabriel vindo atrás de mim.

— Oh, senhor Gabriel, claro, tenho alguns assuntos para resolver mas posso acompanhá-lo — respondo de forma gentil. Ele sorri para mim e seguimos.

  Peço um carrinho para o encarregado do setor e saímos para dar uma volta pelo resort. Aqui é muito grande e para conhecer tudo teria que ser em dois dias, mas como vamos só passar, a visita será rápida.

— Então, senhorita, me diga, gosta de trabalhar aqui?

— Sim, esse é o meu primeiro trabalho, e quero ainda crescer muito aqui — digo de forma educada.

— Pelo que percebi o seu chefe gosta muito de você — comunica me encarando. Fico até sem jeito.

— Sim, o senhor Edgar me recebeu muito bem quando cheguei aqui, então me dedico ao máximo para dar o meu melhor. — Ele concorda com a cabeça.

— Você tem quantos anos? — pergunta de forma curiosa. Eu sim, que estou curiosa com esse homem me especulando desse jeito.

— Isso lá é pergunta de se fazer a uma dama? — pergunto com um ar de divertimento, mas sem demostrar em meu rosto, estou séria, só pra ver sua reação.

— Me perdoe, eu não queria ser indiscreto — fala sem jeito, colocando as mãos nos bolsos da calça e abaixando a cabeça. E eu acabo rindo, discretamente.

— Estou brincando, não tenho problema nenhum em falar minha idade, e eu tenho dezenove anos, completarei vinte daqui a dois meses.

— Nossa! Mas você é muito novinha, tem a idade da minha irmã mais nova. Fico admirado que nessa idade é tão dedicada, e me perdoe pelo infeliz comentário que fiz na mesa — diz arrependido .

— Não tem problema, não me incomodo com a opinião das pessoas, eu sei do que sou capaz e aonde quero chegar, e enfim, chegamos ao final do nosso passeio.

— Nossa, foi muito rápido, vou passar e fazer uma reserva para conhecer melhor.

— Fique tranquilo que farei as reservas nos nomes de vocês. Será uma cortesia dos Hotéis Ferri. O senhor tem meu e-mail, me passe todos os dados por lá que deixo as suítes reservadas. Bom, agora preciso trabalhar, se me der licença.

— Claro, farei isso e já marcamos nossa reunião para a discussão das cláusulas do contrato. E se for possível, quero conhecer os restaurantes de todo os hotéis também. Obrigado pelo seu tempo!

— Claro que é possível, irei organizar essa visita. Foi um prazer recebê-lo, senhor Gabriel. Disponha! — digo apertando sua mão em sinal de despedida.

— O prazer foi meu, senhorita Alice!

   Despedimo-nos e vou embora. Já estou atrasada para os meus compromissos, mas claro que não podia deixar de atender ao nosso novo contratado, que aliás é muito lindo. Para, Alice!! Você tem um caminho enorme pela frente e agora não é hora de se relacionar com ninguém. Digo para mim mesma, tirando esses pensamentos da mente.

   Nossa semana passa voando, conseguimos deixar tudo certo para a semana seguinte. Já organizei os contratos que o senhor Oliver tomará conta, já agendei as reuniões para a renovação dos mesmos e ensinei tudo o que tinha que passar para a Cata, sim, ela conseguiu a vaga e é a mais nova secretária do vice-presidente. E nossa semana chega ao fim, com tanto trabalho a fazer nem vimos passar, e não vejo a hora de chegar amanhã para dormir até tarde. Penso cansada.

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