Lorena
Eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava vendo. Meus olhos piscaram algumas vezes, como se meu cérebro precisasse de uma confirmação extra.
— Gostou? — ele perguntou, com aquele sorriso meio ansioso que eu adorava.
— Por que fez isso? — consegui perguntar, ainda sem me mover.
— Porque eu te amo. E porque me importo com o que faz seus olhos brilharem — respondeu, tranquilo, como se aquilo não fosse a coisa mais absurda e linda do mundo.
No meio da sala, repousava um piano. Meu piano. E, naquele instante, eu não poderia estar mais feliz.
— Felipe… você é louco — murmurei, aproximando-me devagar. — Eu amei.
Não era um piano enorme; afinal, estávamos no meio da nossa sala. Mas era perfeito. Tinha exatamente o tamanho perfeito.
Corri até o quarto, peguei minhas partituras com mãos trêmulas e voltei o mais rápido que pude. Já sentei no banco antes mesmo de falar qualquer coisa. Toquei duas músicas curtas, apenas para sentir as teclas, o som, a vibração… e tudo era perfe