Age Gap (invertido) • Ela é a CEO e Ele o assistente • Fast Burn • Grumphy & Sunshine Harry Snow era um rapaz dedicado que trabalhava como Assistente Administrativo na Bright Holdings. Solteiro convicto, só amou uma pessoa na sua vida, ao ponto de pedi-la em casamento. Contudo, após uma decepção amorosa que acabou com todo o futuro que planejou, Harry decidiu se dedicar apenas ao trabalho, porque essa era a única coisa que continuava sendo uma constante em sua vida. O que ele não imaginava era que uma reviravolta estava a caminho e ela tinha nome e sobrenome: Emma Bright. Um encontro com a chefe em um banheiro de bar. Uma noite que mudou tudo. E um futuro diferente de tudo que ele imaginou.
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Londres, Inglaterra - UK - 2018
A água do mar atingia os meus pés quando as ondas se desfaziam na areia. Não tinha uma pessoa sequer em lugar algum; nem à minha direita, muito menos à esquerda. Eu estava na praia sozinho. Entretanto, eu não estava preocupado com isso, a paz que eu tanto procurava estava ali.
Só eu e a praia, mais ninguém.
Deitei-me no chão, esparramando-me na areia, absorvendo toda a energia do sol e ouvindo o som das ondas. Estava tudo tranquilo..., até o som do mar ser substituído por um bip bip ensurdecedor.
Cacete! Meu despertador.
Então abri os olhos abruptamente e voltei à realidade. Foi apenas um sonho.
Mais um dia comum na vida do assalariado.
Minha cabeça latejou um pouco e eu ainda nem tinha me movimentado. Culpa da ressaca que eu ainda estava administrando.
Tenho que parar de beber aos domingos.
Passei as mãos pelos cabelos, para tirar os fios da minha testa, e, reunindo forças, me levantei da cama. Fui para o banheiro tomar banho.
*
Eu iniciava o trabalho um pouco mais tarde às segundas-feiras, às dez horas, então sempre tinha tempo de ir ao restaurante da mãe do meu melhor amigo, Landon Thompson, para tomar um delicioso café da manhã — a mãe dele também era melhor amiga da minha mãe.
Quando entrei no estabelecimento, encontrei meu amigo limpando o balcão principal.
— Bom dia, Lan — disse ao rapaz, sentando-me na banqueta, colocando o paletó e a maleta no assento livre ao lado.
— Oi, Har… Minha nossa senhora! — Suas íris âmbares me fitaram com atenção. — Essa cara é por causa da bebedeira de ontem? — Foi mais uma censura do que uma pergunta.
Não achei que estava tão ruim assim.
— Não exatamente. Estou assim porque não dormi muito à noite… — Contestei.
— Ocupado demais com a companheira noturna, não é? — Landon parou de limpar o balcão e colocou o pano sobre o ombro. — Cá entre nós… — Ele inclinou o corpo para frente, abaixando-se na altura da minha orelha. — Eu ainda acho que você deveria arranjar uma namorada e gastar o seu dinheiro com outra coisa.
Não era novidade nenhuma para o meu amigo que às vezes — apenas às vezes — eu aderia ao sexo pago. E ele sempre pegava no meu pé por isso.
— Com o quê, por exemplo? — Indaguei.
— Com… — Ele olhou ao redor — Com comida!
— Mas eu gasto com comida, fico satisfeito — pontuei.
— Ter amigo pervertido é foda! — Landou gargalhou.
— Olha só quem fala. — Dei risada. — Onde está a Joh?
— Lá dentro — ele apontou para trás por cima do ombro. — Temos uma nova cozinheira, minha mãe quer olhar de perto o trabalho da garota.
— Entendi — balancei a cabeça.
— Tacos? — Sugeriu, já acostumado com a minha rotina.
— Sim, mas dessa vez me dá em dobro, estou com muita fome. E com uma xícara de café bem forte, não posso aparecer no trabalho com essa cara lamentável.
— Tacos com café… Arghn! — Ele fez cara de nojo.
— É uma delícia, você devia experimentar.
— Dispenso totalmente! — Gritou, indo para cozinha.
***
Cheguei na empresa às dez e quarenta e cinco.
Atrasado. Passei um tempo desnecessário conversando com o Landon.
Fui direto para a sala do Mike, o meu chefe — já decorando um discurso para o meu atraso. — Entretanto, a sala dele estava fechada.
Caminhei até o cubículo do Isaac, meu colega de trabalho.
— Onde está o Mike? — Perguntei ao homem.
— Ainda não chegou — disse ele, inclinando-se na cadeira.
— Sério? — Franzi o cenho. Mike não era de se atrasar.
— Sim. Ou, se ele chegou, não veio para cá.
— Que bom. — Sentei-me na cadeira do meu cubículo, aliviado.
— Se atrasou com o quê dessa vez?
— O quê? Eu me atrasei? Não — debochei, cinicamente.
O homem bufou, mas não disse mais nada. Ciente de que os meus raros atrasos eram sempre por ficar conversando demais com o Thompson.
— Sabia que hoje vão apresentar a nova Presidente do Setor? — Disse ele de supetão.
— Qual setor? — Franzi o cenho, confuso.
— Não faço a mínima ideia — Isaac deu de ombros. — Ouvi as meninas do RH comentando, e pelo que soube, a nova Presidente será a filha do senhor Bright.
— Sério? — Franzi o cenho mais uma vez. — A filha dele não estava em Paris?
— Pelo visto, não mais. A apresentação será à uma e meia.
Achei tudo repentino demais, afinal era a filha do CEO da empresa — que ninguém nunca viu (na verdade, eu nunca vi), pois ela estava morando em Paris — assumindo um cargo importante na Bright Holdings. Porém, me abstive de comentários mais profundos.
*
Fiquei duas horas sem fazer nada — exceto por algumas vezes em que ajudava Isaac com alguns relatórios, não tínhamos o mesmo chefe, mas o trabalho era praticamente o mesmo. Mike não apareceu e ninguém do Setor sabia do paradeiro dele, então minha única opção era continuar esperando.
À uma e meia da tarde, todo o pessoal se reuniu para a pequena cerimônia de apresentação da nova Presidente do Setor — que eu ainda não sabia qual era —, no auditório. No palco, estavam o senhor e a senhora Bright, algumas pessoas importantes na empresa, os sócios e os Presidentes de outros Setores.
Apesar de muita gente no local, uma pessoa em particular me chamou a atenção. Ela estava conversando com o senhor Collon, o Presidente do Setor Seis. Usava saltos pretos bem altos, uma blusa de cetim prata — quando se tem uma irmã mais velha que cursa moda, você acaba aprendendo a reconhecer os tecidos — e uma saia preta bem justa do mesmo material. Seu cabelo era castanho escuro, todo cacheado, e sua pele era negra. Quando ela se virou em minha direção, mas não olhando para mim, pude ver seu rosto. Meu batimento cardíaco fraquejou. Ela era muito bonita. Muito mesmo. Seus olhos castanhos percorreram a multidão à sua frente, ela sorriu e voltou a atenção para o homem ao lado.
Eu não fazia ideia de quem ela era, nunca a vi na empresa. Certo que eu não conhecia todos da Bright Holdings, afinal a empresa era gigante. Mas uma mulher com uma beleza como aquela não passaria despercebida pelos meus olhos.
Minha atenção foi roubada pelo senhor Bright, que pegou o microfone na mesa e começou a falar.
— Eu agradeço a todos que se deslocaram até aqui. Gostaria de adiantar para que isso não atrapalhe o trabalho de ninguém. Como alguns já sabem, a minha filha será a nova Presidente do Setor Um. — Era o meu Setor. — O senhor Mike Vegar foi transferido para o Setor Três. E…, o assistente do senhor Vegar se encontra?
Levantei minha mão, surpreso.
— Ótimo. Você será o novo assistente da Emma Bright. Filha, por favor, venha até aqui. — A mulher que estava ao lado do senhor Collon dirigiu-se até o senhor Bright.
Cacete!
Ela não podia ser a Emma Bright, filha mais velha do senhor Bright. De acordo com as informações que eu tinha — obtidas após ficar vagando pelo RH —, a Emma Bright já estava caminhando para terceira idade — exagero da minha parte, a Bright tinha 33 anos —, e a mulher que eu estava vendo neste momento não tinha absolutamente nada de velha, parecia ter a minha idade.
— Oi, pessoal — disse a mulher com uma voz doce, acenando para a plateia.
Todos aplaudiram e saudaram com boas-vindas.
— Que sorte, hein? — Disse Isaac, ao meu lado. — A filha do CEO é a sua nova chefe.
— Estou começando a amar o meu emprego — falei, sorrindo como um tolo.
Era uma oportunidade e tanto na minha carreira trabalhar com a filha do dono da empresa, que obviamente seria a próxima CEO, mas não era só por isso que eu estava feliz.
— Todos já podem voltar para seus respectivos trabalhos, exceto os Presidentes — continuou o senhor Bright.
— Emma… — Sua voz saiu rouca, mas ele não se afastou.— Está melhor assim ou você quer que eu continue? — Indaguei. Já decidida, sentei-me em seu colo, colocando uma perna em cada lado de seu corpo. Senti o volume (ele é rápido) e aproveitei o momento para fazer fricção.— Emma… — Agora foi um gemido.Calei sua boca com um beijo, movendo as minhas mãos para abrir sua camisa. Não demorou muito para Harry ser vencido e aproveitar o que estava acontecendo, seus dedos se emaranharam nos meus cachos, puxando-os moderadamente, enquanto seus lábios devoravam os meus com mais intensidade no beijo.Não fiquei muito tempo ali, pois queria ir para a melhor parte. Saí do colo dele e o puxei pela mão. Quando se levantou, Harry voltou a me beijar. Fui conduzindo-o até o meu quarto, sem pararmos de nos beijar
EMMA BRIGHT · semanas antes · — Senhorita Bright, pretende ficar com o assistente do senhor Vegar ou quer selecionar outro? — Perguntou Isabella, do RH.Eu mal tinha chegado a Londres e já estava sendo bombardeada com vários trabalhos e problemas.— O assistente do senhor Vegar é tão incompetente quanto ele? — Questionei, organizando algumas pastas na minha sala provisória.A mulher à minha frente ficou sem reação por um tempo.— Hã... Aqui está a pasta dele. — Ela me entregou os papéis. — Ele é formado em Administração na melhor faculdade aqui de Londres, e está aqui na Bright’s há cinco anos. Nunca houve reclamações, então acredito que ele é bom.Assim como o chefe do primeiro Setor?Abri a pasta com as informações do assistente. A primeira coisa que vi foi um par de olhos verdes como esmeraldas me encarando, uma foto do Harry Snow. Antes de terminar de ler as informações, um sorriso animado tomou conta do meu rosto.— Deixe-o comigo por enquanto — informei para Isabela, devolvend
*O movimento no restaurante estava bastante intenso. Assim que entrei, avistei Lan detrás da bancada, fui direto falar com ele.— Essa roupa valorizou bastante a sua silhueta — brinquei. Ele estava vestido com o uniforme de garçom.— Pode parar, Harry! Você sabe que a minha mãe me obriga a vestir essa droga de roupa quando o restaurante está cheio — reclamou.— Convenhamos né, Lan? Você está trabalhando.Meu amigo revirou os olhos longamente.— Qual é a glória de você estar aqui? — Indagou.— Não comi nada pela manhã, estou morrendo de fome.— Ok. Vou avisar a minha mãe. E… a última mesa foi ocupada por aquela moça. Acho que ela estava de reserva. Não sei, não me interesso por nada aqui mesmo — ele deu de ombros. Se a Joh
***Remexi-me na cama ainda sem abrir os olhos. Minha cabeça latejou com o menor movimento.Quando abri os olhos, demorou cerca de dois minutos para as imagens serem filtradas para meu cérebro e eu notar que não estava no meu quarto. Não estava nem na minha casa.Ah, merda!Tirei o lençol do corpo e vi que estava sem roupas.Completamente pelado.Merda! Merda! Merda!Sentei-me na cama e tentei pensar nas minhas últimas horas de consciência.O que foi que eu fiz?Lembrei de estar com Emma, na casa dela. Arregalei os olhos abruptamente, quando recordei que tinha bebido um pouco mais do que devia com a senhorita Bright.Antes que pudesse entrar em pânico, questionando-me o que mais eu fiz, escutei um barulho vindo da porta. Cobri-me rapidamente com o lençol.Uma mulher entrou no cômodo. Ela deveria ser mais velha, apesar de seus cabelos serem totalmente pretos, seu rosto denunc
*O trânsito estava livre, então foi rápido chegar a Kensington. Sem contar que o bairro não ficava muito longe da empresa. Quando cheguei ao Royal Garden, saí do carro, dei a volta no veículo e abri a porta para a Emma.— Obrigado, Snow — ela disse saindo do carro.— Por nada — sorri brevemente. — Bom, até amanhã.— Você não quer entrar? — Emma perguntou antes que eu entrasse no carro.— Hã… — Olhei rapidamente para o relógio, era dez e vinte da noite, estava muito tarde. Mesmo assim, lá no fundo, fiquei tentado a aceitar. — Você tem que descansar, eu estaria incomodando…— Tomar uma taça de vinho não cansa ninguém, Snow. Vamos, essa é a minha forma de agradecer a carona. — Seu tom foi calmo. Também não notei nenhuma malícia nas entonações das palavras.Ponderei alguns segundos, observando a mulher com um sorriso mínimo nos lábios.— Está bem — aceitei por fim.Fechei a porta do
***Às sete horas não tinha mais nenhuma alma viva naquele Setor, somente eu. Ainda terminando o segundo relatório. Eu estava exausto e cheio de cafeína no sangue. Até perdi as contas de quantas vezes me levantei para buscar um café. E ainda tinha Emma, que passava para lá e para cá, com aquele salto barulhento da porra. Ela sabia que me incomodava, porque eu revirava os olhos toda vez que ela passava, mas Bright não hesitava em fazer.Olhei para o relógio, marcava nove e quarenta e cinco da noite. Eu só tinha terminado duas das três revisões. Sabia que Emma iria brigar comigo, mas eu não podia mais ficar. Minha cabeça estava latejando e meus olhos ardendo. Levantei-me da cadeira, peguei o relatório na sala de impressão e fui até a sala dela. Bati duas vezes em sua porta e ela me deu permissão para entrar.— Você já terminou? — Ela perguntou de imediato, com os olhos fixos em alguns papéis na mesa.— Sim... e não.— Explique
Último capítulo