POV: ELLEN BENEDITT A viagem de volta a Ralpysen foi mais silenciosa do que eu gostaria.A comitiva real, que antes falava com a leveza dos dias de paz, agora caminhava com a tensão de um exército prestes a enfrentar uma batalha que não escolhera. O medo do Tecelão das Sombras ainda pairava sobre nós como uma nuvem escura, e a jovem princesa Sofia, com sua vulnerabilidade a flor da pele, estava cada vez mais protegida, mas também cada vez mais consciente da responsabilidade que carregava.As estradas estavam calmas, mas minha mente estava distante, voltando a cada instante ao Refúgio das Encantadas, onde o vento ainda sussurrava palavras que não consegui interpretar completamente.O que eu sabia era que o Tecelão não desistiria. Ele voltaria. E em breve, eu teria que enfrentar a verdade sobre meu próprio poder e o legado de minha linhagem.Ao chegarmos a Ralpysen, o som das portas de prata se abrindo para o palácio foi a única coisa que me trouxe de volta à realidade.O rei Mayson no
POV: ELLEN BENEDITT Os Alfas Rael e Ravi, meus irmãos, estavam mais próximos de mim. Mesmo sendo idênticos em aparência, cada um possuía um brilho próprio. Rael, com seu sorriso fácil e energia impetuosa, contrastava com Ravi, que sempre fora mais sério, mas igualmente protetor.E, finalmente, meus avós, Caius e Amall, estavam presentes. Caius, com seu semblante grave e olhar perspicaz, sempre foi o guardião da tradição, o que mantinha os antigos rituais vivos. Amall, minha avó, uma loba branca lunar, exalava uma aura de tranquilidade e poder. Seus olhos, como a lua cheia em uma noite clara, eram capazes de enxergar mais longe do que qualquer ser humano poderia compreender.— Você chegou, minha neta, disse Amall, sua voz suave como o vento nas montanhas. — O momento que tanto aguardamos.Eu me aproximei, sentindo a energia ancestral da matilha pulsar em meus ossos. Mas ainda havia algo que eu precisava entender, uma pergunta não respondida.— Eu vim porque preciso saber, avó, falei,
POV: ELLEN BENEDITT Rael foi o primeiro a entrar, seguido de Ravi, com os olhos atentos ao redor. Maeve, com uma mão no ventre, deu um passo à frente, e então eu fui, com Victor logo atrás de mim. A entrada era estreita, e a escuridão parecia envolver nossos corpos, tornando o espaço mais apertado à medida que avançávamos.Por fim, chegamos a uma grande câmara, onde o som da água corrente ecoava pelas paredes rochosas. E ali, no centro da caverna, estava a pedra — a Pedra da Lua. Ela brilhava com uma luz suave, como uma lua cheia em um céu sem nuvens, e seu brilho parecia penetrar até as profundezas de minha alma.Eu me aproximei da pedra com cautela, sentindo o poder dela em minha pele. Mas, antes que pudesse tocá-la, algo a impediu.Um som baixo, uma presença. O Tecelão estava lá, observando, esperando. Ele não desistiria tão facilmente.Mas eu também não.A escuridão da caverna parecia se espalhar ao nosso redor como uma onda invisível, suprimindo até mesmo a luz da Pedra da Lua.
POV: ELLEN BENEDITT O caminho de volta para Moonwalker foi silencioso, mas o peso da vitória ainda estava em nós. Cada passo que dávamos em direção à nossa casa parecia mais pesado do que o anterior, não por cansaço físico, mas por tudo o que havíamos enfrentado. O Tecelão havia sido derrotado, mas o custo disso ainda estava por ser refletido em nossos corações.A caverna onde a Pedra da Lua estava guardada agora parecia distante, um pesadelo que havia sido superado, mas cujos ecos ainda nos assombravam. O sol já começava a nascer quando chegamos à entrada de Moonwalker, iluminando nossas faces com uma luz suave e calorosa. O mundo estava mais tranquilo agora. O ar parecia mais leve, e até mesmo as árvores ao redor pareciam sorrir para nós.Eu olhei para Victor, que estava ao meu lado. Seus olhos estavam cansados, mas cheios de algo que eu não conseguia nomear imediatamente. Ele me olhou também, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando. Nós havíamos superado o impossível
POV: Victor Crowley O som das nossas botas ecoava nas pedras frias de Ralpysen enquanto eu e Ellen nos aproximávamos do castelo real. Depois de tantas batalhas, da tensão constante da guerra contra o Tecelão das Sombras, finalmente estávamos de volta à cidade que tanto defendemos. O peso da vitória ainda estava presente em meus ombros, mas uma sensação de alívio tomava conta de mim. Sabia que, ao lado de Ellen, já não havia mais nada que eu temesse. Os ventos cortavam meu rosto, mas eu não sentia o frio. O calor que vinha de dentro era mais que suficiente para me aquecer. Ao meu lado, Ellen estava serena, mas seus olhos brilhavam com a mesma força que vi nela durante toda a batalha. Ela não era só minha companheira — era minha igual, minha parceira, e a razão pela qual conseguimos derrotar um inimigo tão poderoso. Eu sabia que, sem ela, o reino não estaria mais seguro. Conforme cruzávamos as grandes portas do castelo, uma sens
POV: VICTOR CROWLEY As paredes de minha mente estavam turvas, como se uma tempestade estivesse prestes a estourar. A notícia que eu acabara de receber havia sido um golpe certeiro, uma ferida profunda. Eu sempre fui um homem de honra e lealdade. Tentei confiar nos outros, tentei ser verdadeiro em tudo o que fazia, mas agora, a verdade estava diante de mim, e ela era difícil de aceitar.Eu e Ellen acabávamos de retornar da cerimônia com o rei Mayson, quando me vi forçado a confrontar o que estava me incomodando havia semanas. Quando Diana, minha ex-namorada, havia me procurado, dizendo que estava grávida, algo dentro de mim não se encaixava. Desde o início, algo me dizia que aquela história não fazia sentido.Diana sempre foi ardilosa. Ela sabia como manipular os sentimentos dos outros, e eu fui ingênuo o suficiente para cair na sua teia mais uma vez. Ela me disse que o filho era meu. Ela me disse que havia sido fruto de nossa última noite juntos, antes de
POV: VICTOR CROWLEY Eu estava em um estado de espírito frágil quando decidi que era hora de confrontar Diana. A mentira sobre a paternidade me corroía, mas o que mais me inquietava era a sensação de que havia algo muito mais sinistro acontecendo. Não era apenas uma questão de traição pessoal, mas algo que envolvia o reino e as forças sombrias que sempre pairaram sobre nós.Eu a encontrei em sua casa, sozinha, com um olhar tenso, como se já soubesse o que estava por vir. Ela não era estúpida; provavelmente, havia sentido a mudança em meu comportamento desde que o exame de DNA havia retornado. Ela sabia que seu jogo estava prestes a ser desfeito.— Victor, o que você está fazendo aqui? Ela perguntou, mas não parecia surpresa. Suas palavras foram suaves, como se tentasse manter o controle da situação, como sempre fazia.Eu entrei na casa dela sem ser convidado, sem olhar para ela de forma alguma. O peso da descoberta ainda estava em minha mente, e a
POV: VICTOR CROWLEY Eu saí da casa de Diana com a sensação de que o peso da traição ainda me esmagava o peito. Tudo o que havia descoberto ainda estava me consumindo. Mas, antes que eu pudesse sequer tomar fôlego, uma sensação estranha me atingiu, como se o ar tivesse ficado mais denso.Ao virar a esquina, encontrei meus pais, Ivan e Sarjah, aguardando na entrada da casa de Diana. Eles estavam posicionados como uma barreira, seus olhares cheios de desaprovação. Ivan, meu pai, tinha um semblante severo, típico de um Lobisomem de Sangue Puro, com o olhar afiado que sempre me fazia sentir como se estivesse sendo examinado minuciosamente, como se eu fosse uma falha no legado que ele esperava de mim.Sarjah, minha mãe, estava ao seu lado, sua postura altiva e rígida, como uma loba que se preparava para atacar. Ela nunca foi fácil de lidar, mas eu sabia que ela tinha uma visão ainda mais rígida do que o acasalamento entre um lobisomem puro e uma híbrida, como E