Philip
Me dói a ver assim. Ela fala tudo de forma seca, sem demonstrar sentimentos, como se ela fosse indiferente ao seu passado.
Não parecia a minha Sarah.
— Eu gritei com ele e a discussão continuou por algumas horas, só paramos de gritar quando a tia Safira e minha irmã chegaram para nos separar. Ele me expulsou de casa naquele dia e eu fui... ninguém me acolheu porque ele ameaçou deserdar a todos.
— Eles te machucaram — digo.
— É — ela diz simplesmente com a mesma emoção de antes. — Mas eu fui embora, nunca mais olhei para trás ou falei com nenhum deles, eles escolheram o meu pai e isso ficou claro para mim.
Ela me olha com muita frieza nos olhos.
— Minha tia espera eu os perdoe um dia — ela diz com os olhos marejados.
Essa é a primeira vez, desde que começamos a conversa, que a sinto de verdade, esse é o coração da Sarah.
— Mas eles nunca te pediram desculpas ou se arrependeram — digo a entendo completamente.
— Assim como seus pais — ela da um meio sorriso já soltand