Philip
Penso no que dizer, não poderia contar a ela que penso nela quando estou sozinho, com pessoas, com a mente vazia, ou até com a mente cheia.
— É... bem... — começo a gaguejar. Ela cruza os braços na altura do peito e fica me encarando.
Do nada ouço um barulho, estranho e busco o lugar de onde veio, mas percebo que era ela assim que ela põe uma das mãos na barriga alisando.
— Ainda não almocei — ela diz sem graça.
— Ainda tem um pouco da lasanha da vovó — digo dando de ombros. — Vamos entrar que te sirvo.
Digo e abro a porta do meu apartamento dando espaço para que ela entre. Ela parece relutante com a ideia, mas sua barriga ronca de novo a fazendo entrar.
— Não quero incomodar — ela diz sem graça.
— Está tudo bem, afinal, você também ajudou a fazer — pisco para ela, o que a deixa vermelha.
Ela me segue para cozinha e senta na bancada.
Coloco a lasanha que sobrou no microondas para ela. Ficou um silêncio constrangedor enquanto esperamos esquentar, mas logo ela o quebra.
— S