...

Bem, a minha vida ao que tudo indica, eu já comecei sem ao menos me conhecer bem.

Mas eu fazia testes de revistas teen de minha época, que resultavam que eu casaria com um príncipe encantado; e solteira aos trinta.

Como se as revistas tivessem falado com alguma princesa, haha .

A massa faz de você um objeto espiritual, emocional e etc...E os testes continuam aí, nos fazendo acreditar em coisas surreais.

Mas eu não quero mais isso, nem pela busca de um diagnóstico errado.

Ou quando eu fazia jogos na escola que de fato eu seria a empresária do ano. A vida real me chamando e eu achando que estava tudo mal por estar casada com o sapo da história. É, eu não me conhecia direito. Não servi nem para fazer os testes. Não? 

Claro que não, deram todos errados. Haha Brincadeira a parte!

Mas me conheci a ponto de aprender que hoje eu amo ler, e escrever.

O que eu não fazia durante o casamento, ler! Mas já escrevia muito.

O casamento...

Vejo muitas pessoas falando em casar, talvez por não ter vivido a experiência (muito menos igual ela). O que torna eu escritora desse livro, as experiências. As experiências coadjuvantes! O livro coadjuvante, a vida coadjuvante.

Ah Daniela, como você é engraçada. Não! "Coadjuvante mesmo!" 

Mas bem mais que isso, eu estou adorando a "minha vida", o livro, as experiências. Lógico que não gostei das minhas últimas experiências. Mas elas estão aí.

Então, as minhas experiências não diferem de um relacionamento após outro, ou uma viagem a cada semana, vida ativa nas redes sociais. Mas, uma etapa que eu estou ganhando a cada minuto me conhecendo e conhecendo meus episódios da meu transtorno. Como se alguém se importasse.  "A minha psiquiatra se importa." 

- Daniela, seja coerente, ela deve estar lá toda felizona em um almoço de domingo, ou viajando, em uma praia pelo litoral, tirando fotos toda bonitona. 

- Cala a boca! 

Sério que eu escrevi isso? Não costumo falar palavrões. 

- Deve ter sido as vozes! 

Quais vozes? As coadjuvantes? Haha, 

- Podem ser. 

Nos próximos capítulos eu falo delas. Elas são muito espertas.

- Ou a Daniela é esperta? 

Não, ah Daniela é só um corpo, que não serve pra muita coisa hoje em dia. 

- Aí que você se engana, ela usa  as redes dela pra trazer informação, usa as palavras pra levantar um amigo, faz coisas legais pelas pessoas. Tem um grupo de apoio motivacional, ajuda as pessoas na rua. Então ela faz muitas coisas legais.

Mas isso não importa. O que importa é que estou tentando falar de minhas experiências "coadjuvantes", vida na infância, vida adulta e etc. As vozes são sinfonias que se atravessam e entrelinham-se em desacordos (e acordos), mas eu vou falar delas mais pra frente!

Foi um nome que eu dei para as capacitações em meu cérebro.

Toda vez que tenho um gatilho, eu chamo as vozes. Porque elas são diferente de você lembrar de "eu preciso fazer tal coisa", elas vão estar ali, entrando nos meus pensamentos como se fosse uma conversa com alguém normal. Talvez você até diga, pois bem eu também falo sozinho, mas eu não falo sozinha! É uma reação fisiológica que eu tenho, que elas aparecem para construir meus pensamentos, dando origem e muito barulho aqui dentro. Claro que consigo alcançar mente quieta. 

Então eu uso, as chamadas vozes.

Eu diria que faz parte da doença.

Pensei que fosse Esquizofrenia, minha médica falou que não tem nada ver com Esquizofrenia. Então eu relaxei.

Mas eu ouço coisas, muito inteligentes de fato, para ser uma doença de transtorno. Mas eu trato normalmente porque eu não sou a única, e já estamos a mais de anos evoluindo, que as doenças mentais passaram de ser apenas doenças de louco. E passaram a ser simplesmente leves e graves transtornos, e existem explicações e razões genéticas.

 

DESSAS QUE SE CONHECEM

Fazer parte de um grupo de mulheres que se dizem depressivas e que fazem parte de um transtorno, é no mínimo constrangedor para umas e forma de crescimento para outras, por exemplo pra mim. Eu fui me conhecendo aos poucos e fui aprendendo em cada dia que eu posso sim ter uma vida estável, tirando as manias. Viver e passar um dia tranquilo perto do que já passei é sem dúvida um vitória. Eu não estou aqui para me basear na minha doença, eu quero fazer parte daquele grupo de pessoas que vencem, que tem uma boa história para contar, não das que ficam lamentando o tempo inteiro ou colocando a culpa toda na doença. Eu já vivi um terço do que poderia viver e as minhas experiências tem um motivo para tanta frustração e acredite, para cada palavra pronunciada.

E as ouvidas? As ouvidas não me importam, porque não me dizem respeito.

Eu quero mais é daqui para frente cuidar da minha história.


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