Com uma maçã na mão, sigo com os meninos em direção à porta da sala, respirando fundo e tentando preparar minha mente para o dia que está por vir. Já imagino a enxurrada de coisas que tenho que resolver, os dramas que vou enfrentar... enfim, tudo.
— Dormiu bem? — ouço a voz do Lucca ecoando atrás de mim. Me viro, e dou de cara com aqueles olhos azuis intensos, me encarando de um jeito que faz meu coração dar uma batidinha a mais, mas claro que eu não vou admitir isso.
— Por que a pergunta? Desde quando você se importa? — respondo, meio seca, porque né, ele nunca foi do tipo que liga pra como eu estou. Onde estava essa simpatia toda até ontem?
As crianças já saíram, papai provavelmente foi levar a Luana Maria ao colégio, e mamãe deve estar na cozinha, lidando com a bagunça do café da manhã. E aí me dou conta de que estamos sozinhos aqui na sala. O clima ficou um pouco esquisito de repente, mas eu tento não deixar isso transparecer.
— Só tô perguntando. Não precisa me acertar com esses