Karen chegou cedo ao trabalho, como de costume. A empresa estava em plena atividade, com os funcionários se movimentando de um lado para o outro, ocupados com suas tarefas. O edifício era imponente, um dos maiores e mais modernos da cidade, com uma fachada de vidro que refletia o céu azul. No interior, o ambiente era sofisticado, com pisos de mármore e uma decoração minimalista que exalava profissionalismo.
Ao sair do elevador no primeiro andar, Karen foi imediatamente cumprimentada pelos funcionários.
— Bom dia, senhorita Karen! — disse uma das funcionárias, segurando uma bandeja de café com xícaras fumegantes. O trabalho na empresa era longo e exaustivo, e o café era uma necessidade constante para manter todos energizados.
— Bom dia! — respondeu Karen com um sorriso, enquanto caminhava em direção ao seu escritório. Ela observava os outros funcionários, todos vestidos de maneira impecável. Karen, em particular, destacava-se com sua blusa branca elegante, uma saia justa que acentuava sua figura e saltos altos que ecoavam pelo corredor, refletindo sua autoridade e confiança.
Ao entrar em sua sala, Karen sentiu o ar condicionado refrescante que mantinha o ambiente sempre confortável. Sua sala era um exemplo de modernidade e organização. As paredes eram decoradas com obras de arte contemporâneas, e uma grande janela permitia a entrada de luz natural, iluminando a estante de livros e a mesa de trabalho, onde estavam dispostos seus materiais importantes.
Karen sentou-se em sua cadeira de couro, pegou a xícara de café e tomou um gole enquanto ligava o computador. Estava concentrada em suas tarefas quando ouviu uma batida na porta.
— Senhorita Karen, precisa de algo? Talvez um café? — perguntou sua secretária, uma jovem sempre prestativa e sorridente.
— Ah, sim... — respondeu Karen, levantando-se da cadeira e fechando o computador. — Preciso que chame o funcionário novo para mim. Aquele que chegou ontem.
— Ah... O Felipe? — perguntou a secretária.
— Isso mesmo. Chame-o para mim, por favor.
— Certo, chefe. Irei chamá-lo agora mesmo. — disse a secretária, saindo e fechando a porta atrás de si.
Minutos depois, Felipe entrou na sala. Ele era um jovem de 20 anos, com cabelos claros e olhos verdes. Estudante universitário, Felipe dividia seu tempo entre o trabalho e os estudos, cuidando de sua mãe cadeirante que não podia trabalhar. Ele fazia de tudo para garantir o bem-estar dela, inclusive arcando com os tratamentos necessários.
— Mandou me chamar, senhora? — perguntou Felipe, fechando a porta atrás de si.
Karen assentiu e indicou que ele se sentasse.
— Felipe, não é? — perguntou ela, enquanto seus olhos avaliavam o jovem de cima a baixo.
— Sim, sou eu. Aconteceu alguma coisa? — perguntou Felipe, um pouco nervoso.
— Quero lhe fazer algumas perguntas e gostaria que você respondesse com sinceridade. Certo?
— Claro, sem problema.
— Você é casado ou tem namorada?
Felipe ficou surpreso com a pergunta, mas respondeu honestamente.
— Ah... Eu não tenho. Na verdade, não tenho tempo. Assim que saio do trabalho, vou para casa cuidar da minha mãe e, em seguida, pego o ônibus para a faculdade.
— Ótimo! — disse Karen, com um sorriso enigmático.
— Não estou entendendo. Cometi algum erro na empresa? — perguntou Felipe, visivelmente mais nervoso.
— Não é nada disso. — afirmou Karen, com um tom tranquilizador. — Quero fazer um acordo com você.
Felipe franziu a testa, intrigado.
— Acordo? — repetiu ele, tentando entender o que Karen queria dizer.
— Sim, Felipe. Um acordo. — disse ela, virando-se para ele. — Eu sei que você tem uma vida difícil, cuidando da sua mãe e estudando ao mesmo tempo. Isso não é fácil para ninguém, especialmente para alguém tão jovem.
Felipe assentiu, sem saber ao certo onde aquela conversa iria parar.
— Sim, senhorita. É um desafio. — disse ele.
— Eu posso ajudá-lo. Estou disposta a pagar uma boa quantia de dinheiro para você... em troca de um favor.
Felipe franziu a testa, intrigado.
— Que tipo de favor? — perguntou ele, tentando entender a situação.
Karen respirou fundo, como se estivesse se preparando para uma grande revelação.
— Quero que você finja ser meu noivo — disse ela, com uma expressão séria.
Felipe ficou boquiaberto, claramente surpreso.
— Seu noivo?! Por quê?
Karen suspirou, parecendo um pouco constrangida.
— Minha mãe é... muito insistente. Ela quer que eu me case e tenha filhos o mais rápido possível. Mas eu não estou pronta para isso. E não aguento mais ouvir suas reclamações incessantes. — Karen começou a explicar, sua voz carregada de frustração.
Felipe coçou a cabeça, ainda tentando processar a proposta.
— Então... você quer que eu finja ser seu noivo para acalmar sua mãe?
Karen assentiu, seus olhos implorando por compreensão.
— Exatamente. E, em troca, eu pagarei 10 mil reais por mês, enquanto durar o acordo.
Felipe arregalou os olhos, impressionado com a oferta.
— 10 mil reais?! Isso é uma fortuna para mim!
Karen sorriu, um sorriso que misturava alívio e esperança.
— Sim, é. E você poderá usar esse dinheiro para cuidar da sua mãe e pagar seus estudos.
Felipe ficou em silêncio por um momento, ponderando sobre a proposta tentadora.
— E o que eu preciso fazer? — perguntou ele, finalmente.
— Você precisará me acompanhar em eventos sociais, fingir ser meu noivo na frente da minha mãe e das outras pessoas. E, claro, manter o acordo em segredo absoluto.
Felipe hesitou, mas a oferta era irresistível.
— Ah... eu aceito!
Karen sorriu amplamente, satisfeita.
— Ótimo! — exclamou ela. — Então, vamos começar nosso acordo.
Ela abriu uma gaveta e pegou uma pequena caixinha de veludo. Fechando a gaveta, ela voltou o olhar para Felipe, seus olhos brilhando de expectativa.
— Pegue isso — disse ela, estendendo a caixinha para ele.
Felipe levantou-se da cadeira, curioso.
— O que é isso? — perguntou ele, pegando a caixinha com cuidado.