O som chegou antes da visão.
Um sussurro em espiral.Palavras em línguas antigas.Choros, gritos de êxtase, risos de crianças selvagens.
O ar girava ao redor de Elena como uma dança desgovernada, um vendaval invisível, quente e cortante.
Ela caminhou... ou foi levada.
Não sabia mais se seus pés tocavam o chão.
O céu se partiu ao meio.
E uma rajada de vento a puxou com violência para o interior do portal.
Ela gritou, mas o som foi engolido pela tempestade.
Rodopiou como folha em outono, e quando abriu os olhos, estava lá.
O chão era coberto por folhas secas, douradas e negras, que se moviam sozinhas.
As árvores eram finas e altas, como dedos que tocavam os céus.
E havia música flautas distantes, como se a floresta inteira cantasse.
E então, ela apareceu.
Melis.
Dançando.
Rodando com véus translúcidos que mal escondiam o corpo.
Seu cabelo era uma tempestade em tranças. Seus olhos, dois rubis incandescentes.
“ Sou Melis, aquela que voava entre as bruxas de Beltane.” Sua voz era vento e de