Capítulo 6 - Encontro com Joca

Sai do carro e comecei a subir o morro sem fôlego, com as pernas bambas. Pensando no que tinha acabado de acontecer, caracas isso era bom demais… levo um susto, com alguém encostado na parede assim que dobro a esquina.

— Joca que susto!!! Está louco????

— Quem é esse cara, Sara? — Disse com uma voz ameaçadora.

— Até o momento não tenho uma palavra para definir, mas estamos nos conhecendo, aliás, não te devo satisfação nenhuma. — Digo brava.

— Não, não deve! Mesmo assim quero saber! — Disse enfático.

— Toma conta da sua vida, dos seus “negócios” e deixa que da minha vida cuido eu, aliás tenho um pai para fazer isso, que no caso não é você! — Segura meu braço e não me deixa ir.

— Por que está fazendo isso comigo? — Disse com um tom de confusão.

— Eu? Não estou fazendo nada! Tá louco??? Você que volta dos mortos e pensa que tudo tem que ser como era antes. Céia e eu, crescemos, estamos tocando nossa vida e nesses últimos 6 anos você não estava presente, nem de longe, aliás de longe estava, só a gente que não sabia, então, não me venha cobrar nada, porque não lhe devo nada. Mas, como você acredita que lhe devo alguma explicação, ele é um cara trabalhador de verdade, gosta de mim, faz tempo, respeitador, não me machuca, segurando meu braço assim, por exemplo. — Afrouxa o aperto no meu braço, acredito que nem imaginava estar tão forte. — E agora me deixe em paz, antes que eu me arrependa de estar feliz por ter voltado, se é que posso dizer isso mesmo.

— Não acredito que vai me trocar por esse playboyzinho??? — Ainda me segurando, porém, não tão forte.

— Playboyzinho? Não me ouviu dizer? Ele é trabalhador de verdade, deu duro na vida, teve propósitos e ainda tem! E, outra coisa, te trocar??? Não posso trocar o que nunca tive! Quer algo mais? Me solta!

Sem me largar, me vira e me prende na parede, com as mãos aos lados da minha cabeça, sua respiração quente em meu ouvido, não posso dizer que não me assustou e, ao mesmo tempo, correu uma faísca, eu ainda estava esfriando do que estava fazendo com o Lucas, apesar da raiva que estava sentindo do Joca, pela sua atitude, mas ainda estava em ponto de explodir, vem e faz isso, ah.... não dá.

— Vou te soltar, vou te deixar ir, mais uma coisa eu te digo, ainda vai ser minha, porque é assim que eu quero! — Disse com uma voz assustadora, mais quente, que me faz querer continuar com o Joca o que eu estava fazendo com Lucas, mais não posso, não sou esse tipo de mulher, sempre fui contida e não é agora que serei diferente.

— Não serei sua, porque não quero essa vida para mim. Não tenho cacife para ser mulher de bandido, traficante, sei lá como se determina. Gosto de você como meu amigo de sempre e não como um homem que quero que esteja ao meu lado para tudo, em tudo. Coisa que tenho certeza de que nunca conseguirá ser. — Vejo que aperta os olhos, respira fundo, em seguida os abre, sua pupila dilata, constato o desejo em seus olhos, roça seus lábios carnudos em minha orelha, enquanto me derreto, mais tento não demonstrar nenhum sinal. Desce pelo meu pescoço, sentido meu perfume como se quisesse guardar o momento. Arrasta pela minha bochecha, o maldito sabe o que faz, dá um beijo suave, casto, se afasta e me olha, eu estou imóvel tentando parecer fria, mas por dentro só eu sei que estou como uma panela de pressão. Me beija, suave, na sequência forte, me invadindo, coloco as mãos em seu peito, que está tensionado, músculos fortes, desejo tocar mais, mais não posso, tento empurrá-lo, não consigo, ele se prende mais a mim, encostando todo seu corpo, sinto sua ereção presa a minha barriga, pulsando, pega minhas mãos e prende acima da minha cabeça, luto, tentando me soltar, mas ele é muito mais forte que eu, fica difícil e não resisto mais e me entrego ao beijo, parece uma eternidade, até que caio em mim, começo a lutar novamente para me soltar e começo a chorar. Parece que meu choro tira Joca do transe.

— Porra!!!! Me desculpa, te machuquei? — Disse todo preocupado e ofegante.

— Não! — Choramingo — Mais vai me machucar se continuar me forçando a te querer sem eu querer. — Na hora ele me solta.

— Não quero te forçar a me querer, mas você vai me querer! Sinto no seu beijo, que você gosta de como eu te pego, de como te toco. Tenho certeza de que aquele playboy não sabe fazer! Nem tem pegada!

— Não fale de Lucas! Nunca mais! Deixe-o em paz, não toque em um fio de cabelo dele! Me entendeu? Porque terei certeza de que qualquer coisa que acontecer, será sua culpa. Te entrego para polícia, pode ter certeza disso!!! — Saio sem olhar para trás. Deito em minha cama, olho para o teto e fico pensando em tudo que aconteceu comigo nas últimas horas, cada loucura, para quem tinha uma vida de certo modo pacata, de repente vira uma loucura e acabo adormecendo.

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