Capítulo 5 - Rumo ao baile

Tirei o vestido da formatura e fomos até o baile, lá Céia Mara já estava nos esperando, era uma negra de olhos castanhos, o corpo volumoso, era gordinha, linda por sinal, que seus poros expeliam sex appeal, tava lá com seu shortinho curtinho, seu cropped, sandália de salto e se acabando no funk.

Céia, sempre foi muito bem resolvida com seu corpo, aliás sempre gostou muito dele assim, sempre falava que mulher de verdade tem que ter carne, por isso as meninas do Morro eram recalcadas, porque os caras não se importavam, era morador do Morro, era turista, eram os playboyzinhos que subiam para curtir baile funk ficavam todos em cima, ela abalava geral.

Quando viu a gente já saiu correndo veio nos abraçar, claro que ela já sabia da armação da Simone minhas melhores amigas tramando pelas minhas costas, sem conhecer o Lucas já chegou abraçando e falando que ele era um cara de sorte que mulher igual não ia achar em lugar nenhum, aí dele se me fizesse sofrer.

— Céia!!! Para com isso!!! — Repreendi-a

— Para de modéstia, Sarinha tanto eu quanto a Simone sabemos que o cara que ficar com você é um homem de sorte, sei que me entende!!!

Ficamos curtindo, aproveitando o baile, sempre gostei muito de dançar. Claro que eu não era “profissional” como Céia e Simone, mas sabia quebrar também. Começou a tocar os funks, com aquelas batidas envolventes, sem putaria, que eu mais gostava, empolguei e esqueci-me do Lucas já sai dançando com as meninas, ainda sob efeito do vinho, o que uma ou duas taças não faz.

Escutando Ludmila: “🎶 Cheguei, cheguei chegando, balançando a zorra toda e o resto eu quero mais é que se exploda, porque ninguém vai estragar o meu diaaaa… Pode avisar, pode falar… 🎶”

Depois MC G15, com Deu Onda, MC Don Juan com Oh, Novinha e todos esses Mc’s que eu curto, estava me acabando, toda suada, meu short não tão curto quanto o da Céia, cintura alta e cropped, colando em meu corpo. Quando dei por mim, Lucas só me olhando dançar, com uma garrafa de Skol Beats Azul nas mãos, via em seus olhos, o fogo aceso, o quanto a dança estava mexendo com seus hormônios.

Funk é sensual acaba se tornando sexual para quem não está acostumado. Sentia todo o desejo dele em cima de mim, aquilo mexeu com minha libido, estava despertando em mim todo o desejo nunca sentido e, ao mesmo tempo, vi Joca do outro lado, só me olhando, mas preferi ignorar. Hoje não quero guerra com ninguém.

— Sara olha o que você está fazendo com esse homem, tá deixando ele louco! — Disse Simone.

— Também com uma nega dessa até eu fico louca. — disse Céia e às duas riram.

— Vocês são malucas!!! Olha o que vocês fazem comigo, me arranjam um namorado sem nem saber se eu ia querer. Aliás, ainda não é um namorado, um peguete, vamos curtir e ver no que dá. — Disse ainda dançando.

— Para Sara, já passou da hora de você soltar essa periquita aí, você já tem 21 anos e nunca nem tinha beijado na boca até esses dias. Me desculpa não queria tocar no assunto, sei que não gosta. — Falando do Joca. — Aliás você já beijou o Lucas? — Disse Céia tentando desviar o assunto.

— Claro que sim Céia Mara, senão ele não estava aqui! — Simone ria, já estava alta com a bebida.

— Geral aqui do Morro querendo ficar com você e nunca deu bola, se proibindo de se divertir. Libera essa bagaceira logo, daqui a pouco morre, enterra e à terra que vai comer e nem aproveitou em vida, nem sabe o quanto é bom né Simone!

— Uma delícia Céia, dá mesmo, nem ligo se conheci hoje, o que eu quero é aproveitar e você devia fazer o mesmo, Sara, a vida é muito curta. Olha esse moreno louco para te comer e você aí de doce.

— Vocês são umas pervertidas, só pensam naquilo! — Gargalhamos juntas.

— Vai lá dá um trato no seu macho que está te comendo com olhos e deixa a gente ir à caça, já comemoramos nossa formatura juntas o suficiente. — Disse Simone, deixando nítido que tinha achado sua presa, seu alvo.

— Lucas, me desculpa! Empolguei-me com as músicas! – Cheguei perto dele toda sem graça.

Ele me puxou, me abraçou de uma forma, que não tinha nenhum ar entre a gente, ficou me encarando com os olhos em chamas.

— Estou louco por você, sempre fui desde a primeira vez que te vi, mas hoje…

— Lucas…

— Mas hoje... Você está de parabéns!!!

Senti calafrios, fiquei toda arrepiada. Foi a deixa que tive para sairmos do baile, já era tarde, as meninas já tinham sumido. Falei que era melhor irmos embora. Sem me soltar, senti uma pressão logo abaixo da barriga, Lucas estava excitado, baile lotado, me desvencilhei dele, peguei em sua mão e fomos saindo. Com o aperto, Lucas encostava, me segurava pelo quadril, apertava e eu sentia seu membro em minha bunda, o que era aquilo, eu comecei a ficar excitada também, que loucura. Para quem nunca quis nada, agora vem tudo de uma vez. De repente Joca aparece bem na minha frente impedindo minha passagem.

— Algum problema por aqui? — Disse com um tom ameaçador e olhando direto para Lucas.

— Nada. Lucas esse é o Joaquim, meu amigo de infância. Joca, Lucas. — Lucas estendeu a mão, mais Joca não, olhei de uma mão a outra e fixei meus olhos em Joca, percebeu que fiquei brava e logo deu um aperto forte, encarando Lucas.

— Vamos Lucas embora.

— Prazer em conhecê-lo cara. — Disse Lucas tentando ser simpático. Enquanto Joca só assente com a cabeça.

— Acho que ele não gostou muito de me conhecer. — Disse Lucas olhando para trás.

— Deve ser só impressão. Joca me conhece desde que me entendo por gente.

Levei o Lucas até o carro para que ele fosse embora, naquele momento era a melhor coisa a se fazer, antes que eu cometesse uma loucura, porque já não estava raciocinando o suficiente, com toda aquela pressão, aquele esfrega, esfrega em mim e sempre fui muito centrada, “certinha” como elas dizem e por Joca, com aquele olhar ameaçador, preciso falar com ele depois de hoje, bem sério.

— Fica aqui comigo no carro um pouco? — Queria hesitar, mais estava sendo mais forte que eu.

— Melhor eu ir embora! — Alertei.

— Só um pouquinho!!! — Percebi que ele estava alegrinho de tanta skol beats que tomou. Mas por dentro, meu corpo pedia para ficar, fogo consumindo, olha… Vou arder no mármore do inferno como diria em Caminho das Índias.

— Só um pouco. Até passar um pouco o nível de álcool, fico com medo de você dirigir neste estado.

— Fica tranquila que estou bem, foram só 3 dessas. — Disse com um sorriso de canto de boca, balançando a garrafa na mão.

Ele abriu a porta para eu entrar, deu a volta e entrou, já veio me pegando, me beijando, estava saindo fora de mim, só no beijo, já estava flutuando. Fui colocar a mão em sua coxa, não me atentei e coloquei a mão no seu membro, tirei na hora, envergonhada.

— Safadinha, já quer brincar com ele! Vai em frente deixo com todo prazer. — Corei envergonhada. Fingi que não ouvi. Ele veio com mais sede depois disso, tentando abrir meu short.

— Lucas, calma aí, preciso falar, sou virgem! Quando eu disse que nunca tive um namorado é porque eu nunca tive um homem na vida.

— Sério??? Nunca imaginei isso. Nossa, perdi o rumo agora. — Lucas murchou na hora, imagina seu brinquedo…

— Algum problema para você? Melhor até pararmos por aqui e seguir cada um para seu lado.

— NÃO!!! Quis dizer vamos com calma, eu quero que seja especial para você. — Sem muito entusiasmo.

Ele me beijou mais um pouco e disse que era melhor ir embora agora, não sabe o quanto conseguiria se segurar. Ofegante e com vontade de continuar, nos afastamos e ele se foi.

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