— Tem certeza de que está bem, Nicole? Céus! Seja lá o que tenha te atropelado, fez um estrago em você — disse minha mãe, tentando, mais uma vez, arrancar algo além do óbvio.
— Eu que o diga — retruquei, e ela me lançou um olhar inquisidor, arqueando uma sobrancelha.
— Eu estava distraída porque estava falando com um garoto. Pronto, satisfeita? — questionei, irritada, e ela sorriu como se tivesse conseguido o que queria.
— Sim, porque não teria como você se distrair tanto a ponto de ser atropelada.
— Está dizendo que a culpa foi minha, é isso? — perguntei, começando a perder a paciência.
— Se estivesse prestando atenção na rua, e não batendo papo com menino, isso não teria acontecido.
— Mas o que a senhora está falando, mamãe? Eu fui atropelada, e está dizendo que a culpa foi minha? Céus, saia daqui. Quero ficar sozinha — falei, decepcionada. E olha que nem fui atropelada de verdade... Se tivesse sido, esse seria o tratamento que eu receberia?
Ela saiu do quarto sem dizer mais nada. F