A única certeza que Renzo tinha era que estava apaixonado por uma garota, cujo nome não sabia, e que passava suas noites dançando no pole dance. Ela havia sido o motivo pelo qual, frequentou a boate todos os dias no último mês e que acreditou que esqueceria ao aceitar trabalhar como guarda-costas para uma órfã. Entretanto, tudo muda quando descobre que a garota que precisava proteger, é a mesma da boate e que não vai ser tão fácil esquecer ela. Yulia usava a boate para se distrair dos próprios problemas, gostava da atenção dos homens, especialmente de um. Um desconhecido que praticamente estava em todas as noites que, comparecia na boate e que ao contrário dos outros homens, se mantiva distante, apreciando o show que dava. Contudo, após a morte repentina do pai e sua madrasta acreditar que está em perigo, é apresentada para seu novo guarda-costas, que não é ninguém menos que seu admirador da boate, disposto a fazer qualquer coisa para se aproximar e a tê-la só para ele, mesmo que estivesse escondendo segredos que pudessem mudar sua vida para sempre.
Leer másNão devia estar ali.
Mas estava e tudo por que achava que estava me apaixonando, o que literalmente, era péssimo.
A batida pulsante da música na boate ecoava nos meus ouvidos, tornando-se quase ensurdecedora. O ambiente estava impregnado com uma energia vibrante, onde corpos se moviam em sintonia, quase espremidos uns contra os outros, sob a influência do álcool ou de alguma substância ilícita, dançando, perdidos em sua própria euforia, como se o mundo lá fora não existisse.
Apesar do caos ao meu redor, pouco me importava com o que acontecia na pista de dança. Minha atenção estava capturada pela mulher à minha frente. Seu olhar, cheio de mistério, contrastava com o frenesi colorido que preenchia o ambiente.
Ela tinha idade para ser minha filha.
Porra, tinha! Mas meu pau naquele momento não queria saber disto, na verdade, desde que a descobri ali, ele não queria saber de outra coisa.
Seus movimentos no pole dance eram executados com uma maestria impressionante, como se aquela arte estivesse profundamente enraizada em sua essência. Cada giro, cada movimento era realizado de maneira envolvente e sedutora, deixando claro que ela estava familiarizada com a dança no poste. Observando-a atentamente, percebia a confiança que emanavam de seus gestos, como se aquela fosse sua zona de conforto.
Enquanto ela se contorcia e se movia com graça, notava os olhares fixos de outros homens ao redor, todos hipnotizados pelo show que se desenrolava bem diante de nossos olhos. No entanto, mesmo compartilhando o fascínio da plateia, meu olhar ia além.
Contudo, uma sombra de proteção pairava sobre mim quando percebia olhares indiscretos e mãos inquietas na plateia. Imaginava, com uma determinação silenciosa, quantas mãos teria que quebrar caso alguém ousasse tentar encostar em seu corpo. Uma mistura de raiva e posse se misturava enquanto continuava a admirar sua performance, consciente de que, não queria apenas continuar olhando. Queria saber quem era a mulher que, estava na maioria dos pensamentos dos homens que estavam ali.
No instante seguinte, ela foi interrompida quando uma garota se aproximou, segurando um celular. Ela para seus movimentos, seus olhos fixados no aparelho, o cenho franzido em uma expressão de surpresa e curiosidade.
Em um gesto inesperado, a dançarina desceu do poste com graciosidade e se misturou à pequena multidão, criando uma onda de murmúrios e especulações. E quando dou conta, meu corpo está me movendo atrás dela, como um cachorro farejando seu cheiro.
Por um momento a perco de vista, olho atentamente as pessoas em minha frente com o cenho franzido, até que vejo sua cabeleira loira saindo da boate para a lateral. Olho para trás, na expectativa de ver alguém a seguindo, mas não havia ninguém, além de mim.
Saio bruscamente da boate, olhando atentamente a rua com pouca iluminação em busca de qualquer sinal dela.
— Está me seguindo?! — Viro o rosto para o lado, ao ouvir sua voz — Por que se estiver... tenho certeza que isto é crime — diz com os braços cruzados sob o peito, estreitando os olhos ao dar alguns passos na minha direção, seus olhos me analisando com atenção enquanto mantinha um leve sorriso nos lábios carnudos — Mas não acho que seja um stalker ou... — Ela se detém com um suspiro, descendo o olhar para abaixo do meu umbigo — Com a sua idade, não deve nem ter mais um pau — Os olhos dela desviam para a rua a frente, justamente no instante em que um carro para.
Ela me olha mais uma vez, antes de andar em direção do veículo em passos largos, deixando para trás a certeza de que ainda seria minha esposa.
1 ano depoisYulia Pessoas se movimentavam se parar ao meu redor, gritando umas com as outras, dividia minha atenção em meus movimentos, precisavam ser coordenados para tudo sair bem no final. No caso, as refeições chegaram a suas mesas superando as expectativas.Um cozinheiro ao meu lado lamba uma frigideira, conseguindo dessa forma aumentar um pouco mais a temperatura e me fazendo mais uma vez comparar a minha cozinha mais uma vez com o inferno.Por quê?Era quente e caótica.E como eu sabia como era o inferno?Havia passado brevemente por ele e o mesmo havia feito questão de me marcar cinco centímetros acima do meu coração.Estava viva por causa de cinco centímetros e desde então comecei a dar importância a pequenas coisas, mesmo que fosse centímetros.Mas o passado havia ficado no passado e agora, era feliz com o meu presente. O garçom entra na cozinha, parando na minha frente.— É aquele cliente de novo — diz no segundo seguinte — Está reclamando mais uma vez do macarrão. Term
Renzo — Pelo menos ela disse aonde está, antes de desligar na sua cara? — Rocco, meu irmão caçula, pergunta com um meio sorriso no rosto.— Ela não desligou na minha cara — digo sério — E ela me disse aonde está e é bom você dirigir mais rápido.Rocco era a única pessoa que poderia confiar naquele momento, mesmo ele sendo instável ao nível ao matar sem perceber e podendo piorar bem mais a situação, continuava sendo a única pessoa, além de mim, que confiava Yulia.Minutos mais tarde, Rocco diminui a velocidade do carro quando nos aproximamos de um conjunto de galpões abandonados.— Qual é o plano? — Rocco pergunta, desligando o carro e me olhando.— Não temos um — digo saindo do veículo, olhando atentamente ao redor em busca de algum sinal de Yulia.— Então vamos improvisar?— Na guerra na maioria das vezes improvisamos, quando não sabemos qual é a localização exata do inimigo — Apoiado no carro, ele solta o ar dos pulmões, os olhos semicerrados enquanto observava o cenário.Ele abre
Yulia A casa dos meus avós era aquela típica casa branca no campo, cuja grama era cortada todo final de semana pelo meu avô, enquanto minha avó cultivava algumas flores em seu jardim.— Enfim em casa — diz vovô assim que estaciona o carro.— Fiz uma torta para você, Yulia. Espero que ainda goste de torta de maça — diz vovó, andando em nossa frente, indo em direção da porta.A casa por dentro parecia igual desde a última vez que estivera ali. A decoração clean misturada com elementos vintage me fazia questionar se não havia voltado no tempo. Havia fotografias da minha mãe desde o nascimento até a adolescência, e depois algumas minhas das poucas vezes em que minha mãe me levou até ali.Meus olhos continuavam a vagar pelo cômodo enquanto vovó falava sobre alguma coisa.— Você ainda lembra aonde fica o quarto de hóspedes, não é? — Vovô pergunta de repente em minhas costas, assinto de imediato, forçando um breve sorriso antes de seguir para a escada.Óbvio que não fazia ideia de onde fic
Renzo — Por que algemaram ele com enforcadeira de nylon? — Wilson pergunta ao entrar em sua sala e me encontrar com ambos os pulsos “algemados” para trás.— A algema não deu nele, então tivemos que improvisar — diz o policial na porta. Wilson massageia as pálpebras, suspirando, antes de gesticular para ele ir. Mantenho meu olhar fixo em Wilson, quando se senta em minha frente.— Isto é ridículo. E você sabe disso.— Quer saber o que eu sei? — Viro o rosto para o lado, ao ouvir sua pergunta retórica — Matou um homem na UTI e por causa disso, agora está sendo indiciado por homicídio.— Não matei ele e você sabe disso! — digo incrédulo. Como ele poderia acreditar que eu tinha alguma coisa haver com a morte de Ivan Sidorov?— A pergunta que não quer calar é: Por quê? — Ele continua, como se não tivesse dito nada — Ele era a chance de descobrirmos quem está por trás dos ataques. Dou de ombros.— Acabou de responder sua própria pergunta — Wilson bate com força na mesa, apenas se estress
Yulia Dormir na cama de Renzo, chegava a ser melhor do que dormir na minha própria cama e depois da nossa transa no meio da noite, era como se ainda fosse nós dois ainda naquele apartamento.Mas obviamente não estávamos mais sozinhos — penso, quando acordo abruptamente com Kim me chamando o mais alto que podia.— Levanta. Vieram buscar você.— O quê? — digo baixo, parcialmente ainda dormindo. Kim não me responde, invés disso, dá as costas para mim, saindo do quarto.Saio da cama a contra gosto, bocejando ao andar para fora do quarto, acordando completamente quando encontro meus avós na sala de Renzo.Vovô encarava a vista pela janela, vestido em um suéter marrom de gola alta, com uma calça que combinava perfeitamente com o suéter; Assim como vovó, que usava um de cashmere e parecia até um pouco mais nova com seu cabelo branco, sentada no sofá ao lado com as pernas cruzadas.Estavam praticamente iguais da última vez que nos vimos.— Yulia — diz vovó, vindo ao meu encontro com um leve
Renzo O cheiro de Yulia estava em mim quando acordei na manhã seguinte, com ressaca por ter tomado quase 1 litro de conhaque sozinho, em uma tentativa inútil de afogar as minhas mágoas. Por causa disso, não sabia o que havia acontecido no meio da noite havia sido real ou não, só sabia que havia dito que amava Yulia e não havia mentido.A sala ao meu redor gira quando levanto, arrastando os pés em direção do banheiro. Reviro os olhos, ao tentar abrir a porta do mesmo e notar que estava trancada, o que me obriga a praticamente esmurrar a porta. A porta abre de repente, Kimy me olha de cima abaixo com o cenho franzido.— Você está péssimo.— E querendo usar o banheiro — Puxo pela pelo braço para fora, entrando no banheiro.— E por que não usa o seu banheiro?! — diz antes de fechar a porta em sua cara. A água fria do chuveiro se espalha rapidamente pelo meu corpo, a medida que mantinha a cabeça para trás, esperando que surtisse algum efeito sobre meu corpo e acabasse com os resquíci
Último capítulo