Cecília WestSenti o ar frio de Los Angeles em meu rosto, é um sinal de poder voltar a respirar novamente, o clima estranho persegue mesmo tendo saído do restaurante. A leveza do ar me permiti me acalmar, mas não me deixa esquecer. Erick está ao meu lado. As mãos no bolso da frente de sua calça, o olhar sério e a mandíbula travada mostra que toda a tensão da conversa de segundos atrás ainda o persegue. — Estava pronta para brigar com você e dizer que não precisa me salvar de encontros arranjados. — Olho a rua movimentada. — Mas obrigada.Sinto seu olhar em mim.— É boa em conhecer pessoas, talvez não devesse desconsiderar só porque não gosta de mim e minha família.Dou um sorriso fraco. — Não apareceu aqui para depois me empurrar novamente para ele, foi? — O olho desafiando.É a primeira vez que Erick faz algo desse tipo.— Não. — fixa o seu olhar em um ponto qualquer a sua frente. — Você não quer estar nesse encontro fajuto, vir para agilizar e terminar logo.— Bom, fez um ótimo tr
Erick Peterson Arrumo Daryl em meu colo para dar a sopa dele. Escolhi fugir um pouco do trabalho e a casa de Alana foi o meu refúgio da vez. Valentina me entrega o pano para limpar a boca do seu irmão.— Obrigada. — Agradecia a ela.A menina é linda, sorrindo, ela volta correndo para cozinha. Me sinto estranho em conversar ou até mesmo estar perto, lembro que não sentiu medo quando a coloquei no carro para levá-la de volta ao seu pai. Era como se me conhecesse e sempre estive no seu convívio.Agora que sou, me sinto mais culpado pelas escolhas do passado.Alana no sofá, dobrando as pernas e abrando o braço no encosto. Daryl é obediente e quando o assunto é comida fica bem concentrado, nem tudo são flores, Diogo pode sofrer com as risadas e olhares julgadores. O loiro só não sabe que ele não é o único, eu mesmo não escapo.— É muito bom te ver aqui.A olho, erguendo uma sobrancelha.— Você não vai me visitar.Ela manda língua.— Não vou entrar naquela casa, sem chance.E não a culpo.
Cecília WestPerder o sono em uma madrugada é ruim demais, considero a pior coisa, porque significa que dormi pouco e às vezes de voltar a dormir são mínimas. Esses últimos dias, não tenho dormido bem, fico mais cansada que o normal. Tenho uma rotina estressante e dormi é essencial.Enrolada na coberta, desisto e pego o meu celular. Arrumo o travesseiro e navego pelos aplicativos, não olho nada sobre trabalho.Estou quase indo pegar um livro para ler, mas decidi passar pelo WhatsApp antes e uma atualização de status chama a minha atenção. A foto do céu estrelado foi tirada de uma varanda, acredito que seja do quarto de Erick. A foto foi postada há um minuto.Mordo o canto da boca e mando uma mensagem.Cecília: Sem sono?A resposta não demora para vir.Erick: Sim! Acho que meu corpo se acostumou com a bebida e agora não durmo com facilidade, após duas garrafas.Fico insatisfeita com sua resposta. Erick precisa parar, ele tem feito isso depois de um dia caótico, mas faz tempo que seus d
Cecília WestSaio totalmente da minha zona de conforto. Deixando blazer e roupas formas de lado, optando por usar um vestido solto no corpo em um tom de creme. Os cabelos soltos me deixando mais jovial, sou apaixonada pelo castanho escuro, a maquiagem é sutil e o salto é baixo.Mudar o tom de cabelo foi radical para muitos, mas faço questão de retocar sempre para parecer natural. Não tenho problemas com mudanças e principalmente me faz se sentir bem.Pego minha bolsa, Erick está a caminho.Meu celular começa a tocar e vejo o nome de minha mãe. Atendo seguindo para a porta.— Oi, mãe…— O que anda passando pela sua cabeça? — A voz raivosa me faz parar. — Como pode maltratar Alberto, hein? È um grande partido, Erick não tem direito de estragar a sua vida, Cecília. Já mandei se afastar dele.O meu dia estava bom de mais. Ela até que demorou para vir reclamar.— E imaginar que Erick também foi considero um grande partido por você e papai.— Não me lembre, a nossa sorte foi saber das merda
Erick PetersonMeus dedos adentram os fios do meu cabelo e me afasto completamente de Cecília, dando alguns passos para longe e ficando de costas. Que merda estou fazendo?! Já não bastam as mensagens de ontem? Óbvio que eu não estava bêbado o suficiente para errar palavras, mas estava bêbado o suficiente para falar mais do que devia e sorte que não continuou com as mensagens ou a faria gozar em simples trocas de mensagens. Porque naquela noite me entreguei na loucura do desejo que Cecília me fez sentir só de pensar nela.Não é a primeira vez. E por mais que fuja o desejo só aumenta.Sei que se importa comigo e não é apenas amizade, outra pessoa merece e me dá raiva em saber disso. Essa pessoa deveria, eu e até consertarmos toda essa merda que está na minha vida, não posso me dar o luxo de me entregar. Não posso arrastar ela para esse inferno.Respiro fundo como se me faltasse ar. Antes que pudesse olhar para Cecília novamente e dizer algo, Alana aparece. — Ah, vocês estão aqui! — So
Erick PetersonCecília senta no meu sofá sem forças depois de pular horrores ao som de uma música eletrônica. Deixo a garrafa em cima da mesa de centro em busca de um controle que não acho.— Ah, deixa tocar essa mesma. — sento na antiga poltrona de Éden.Cecília riu alto, segurando com elegância a sua taça. Nem um pingo de bebida foi derramada e tenho que bater palmas para essa mulher.— Eu… com certeza, aguento mais uma garrafa. — Seu sorriso é solto, olhos pequenos quase se fechando.— Melhor não.— Ah, Erick, você é rico e compra tudo de novo depois. — Ergue a taça no ar, assim como seus pés.O vestido desliza pela sua coxa e quase mostra o que não devia. Bebemos bastante, mais sigo firme e consciente, Cecília não é acostumada a beber tanto assim. Sua fala pode estar nítida, mas dois segundos sem agitação alguma irá apagar. Olho a hora no relógio na parede, são uma da manhã.— Sugiro uma pausa. — Começo com a tentativa de pararmos.Ela não quis comer nesse meio tempo, descansar se
Alana PetersonOuço as batidas na porta do meu quarto e as ignoro mais uma vez. Arrumar minhas malas está vendo mais útil do que perder o meu tempo discutindo com o meu irmão. Erick pode ser o mais velho, mas estou cansada de mais das suas tentativas de fazer a minha cabeça. Chega de tentar me manipular para fazer seus joguinhos, sei quanto meu irmão me ama, no entanto, sou adulta e posso tomar minhas próprias decisões.Tenho que aproveitar que meus pais estão fora do país e dar um rumo para a minha vida. Rumo esse que está quase fazendo meu irmão derrubar a porta.— Alana! Abra essa porta agora. — Grita. — Temos que conversar!Nossa quanto estresse!Com as minhas três malas finalmente prontas para minha viagem, decidi finalmente dar atenção ao meu querido irmãozinho. Irmãozão, Erick é um homem de quase dois metros de altura. Ao abrir a porta me arrependo amargamente, a expressão do seu rosto está tão severa que chego a tremer. Porém, são 23 anos do qual esse ser me conhece e sabe que
Alana PetersonNão basta ter chegado mais cedo do que os meus amigos, agora me resta ficar andando sozinha por Bahamas. Alugamos alguns quartos em um resort para aproveitar essa uma semana de férias, foi os dias que conseguimos reunir todos juntos. Os trabalhos estão batendo na porta e cada um seguiria caminhos bem diferentes. Decidi caminhar pela praia e aproveitar o sol, aproveitarei o máximo possível desses dias, porque sei que a dor de cabeça quando voltar para casa será grande. Quero paz e a minha família vai querer guerra.Ri.É capaz que eu seja deserdada.Caminhando um tempo na praia ao longe podia ver o cais, vi um homem na primeira lancha tentando ligá-la. Me aproximei mais.Não importava o que aquele homem fizesse, a lancha não ligava. Ele não percebeu que precisa desprender a corrente? Caminho pela praia em sua direção, não faço questão de apressar meus passos. Era engraçado ver seu estresse, o homem chutou uma parte da lancha e xinga, ao machucar o pé. Ri. Aposto que é