Afundei no sofá da sala com um suspiro longo, o tipo que a gente solta quando o corpo está em casa, mas a cabeça continua no hospital. Os últimos acontecimentos ainda pesavam na minha mente. Nando estava dormindo, e graças a Deus estava mais tranquilo, mas minha alma... ah, essa estava em frangalhos.
O sofá parecia mais acolhedor do que nunca. Envolvi-me com a manta que mamãe sempre deixava jogada por ali, um cheirinho familiar de lavanda e amaciante que me trouxe um certo conforto. Cruzei os braços sobre o peito e fechei os olhos por um instante, apenas sentindo o silêncio da casa, quebrado apenas pelos passos leves da minha mãe na cozinha.
— O que foi, minha filha? — ouvi a voz dela se aproximando.
Abri os olhos devagar e olhei para ela, que vinha com uma xícara de chá fumegante nas mãos. Sentei-me um pouco mais ereta e aceitei o chá com um leve sorriso.
— Cadê o Gabby? — perguntei, levando a xícara aos lábios.
— Já foi pra casa dele — respondeu, sentando-se na poltrona ao lado com