Saí da sala de David e fechei a porta com mais força do que pretendia.
O ar no corredor parecia mais frio, mas o calor que eu sentia vinha de dentro.
Meu coração batia acelerado, e cada pulsação me lembrava daquele olhar dele. Era como se ele tivesse atravessado minhas defesas, sem nem precisar me tocar.
— Mas que diabos está acontecendo com ele? — resmunguei para mim mesma, enquanto caminhava até minha mesa.
David Miller, o homem que sempre fez questão de deixar claro que detestava crianças, que se orgulhava de manter distância de qualquer envolvimento pessoal... agora parecia se incomodar com o simples fato de eu conversar com outro homem.
Parecia ciúme. E isso não fazia o menor sentido.
Sacudi a cabeça e me forcei a focar no trabalho.
Tinha e-mails acumulados, relatórios para revisar e um desenho para finalizar.
De repente, o barulho de passos no corredor me tirou da concentração, e quando ergui os olhos, vi um carteiro entrando, segurando um envelope.
— Posso ajudá-lo? — perguntei