CAPITULO 5

Hanna Cooper.

Cruzo a boate lotada, me esquivando de vários corpos suados e histéricos, que dançam ao som de Alive, do DJ Alok. Seguro um copo transparente contendo um líquido vermelho, doce, porém, muito forte, não fazia ideia do nome, e perdi as contas de quantos copos eu já havia bebido.

Sigo Flora, minha melhor amiga desde o início da faculdade, andamos de mãos dadas até o outro lado da boate onde estão nossos amigos e uns conhecidos.

Eu estava muito feliz que finalmente eu me formei e aprenderei o máximo que eu conseguir para um dia assumir o hospital da minha família.

Esse pensamento me faz lembrar do Murilo, o grande amor da minha infância e adolescência. A forma rude na qual ele falou que foi um erro o nosso beijo e em como ele foi um babaca por ter transado com a minha ex amiga no meu apartamento.

Preciso apagar qualquer vestígio de sentimento por aquele homem, vamos trabalhar juntos e não quero me machucar. Não mais.

Depois do episódio da festa, onde nos beijamos e ele me magoou, eu sair correndo e esbarrei no Tyler, um amigo da faculdade. Ele mesmo sem saber do que aconteceu deu um ombro para chorar e alguns copos de bebida.

Um tempo depois começamos a sair, depois começamos a ficar e então ele me pediu em namoro. Eu não o amor, mas gosto de me sentir desejada e cuidada.

Eu gosto de sair, entrar em qualquer lugar e beber a quantidade de álcool que eu ache suficiente, sem que ninguém me diga para parar, o bom do Tyler é que ele não é protetor e não tenta me controlar.

Diferente do meu irmão, que não aprova que eu saia para beber, pelo contrário, ele sequer sabe onde estou, para Vince eu estou deitada na minha cama sonhando com os anjos. Ainda bem que tenho meu próprio apartamento.

Suspiro sabendo que amanhã ele saberá da minha saída noturna, somos muito conhecidos na cidade e eu vi muitos paparazzis lá fora. Aposto que amanhã cedo ele estará na porta do meu apartamento disposto a me arrastar de volta para casa dos meus pais. Meu irmão é tão protetor que sufoca.

Fico nas pontas do pés procurando meu namorado no meio daquelas pessoas desconhecidas e o avisto um pouco mais a frente.

- Achei - aviso Flora e aponto na direção que o vi, seguimos para lá.

Vejo alguns dos meninos encostados na mesa, bebendo suas bebidas enquanto observam vidrados algumas mulheres dançarem. Viro para Tyler e congelo no lugar, fecho os olhos por alguns segundos e respiro fundo, várias vezes para ter certeza que a bebida não está me fazendo ver alucinações.

Balanço a cabeça e abro os olhos, olho para Flora que está igualmente chocada, e encaro a cena patética que se desenrola em minha frente.

O meu namorado estava beijando obscenamente a boca de uma garota no meio da balada, ele a pressiona contra a parede, suas mãos seguram firmemente o rosto dela, enquanto sua língua passeia pela boca da garota loira.

Pisco várias vezes tentando controlar as lágrimas que se formam ao redor dos meus olhos, minhas mãos começam a suar e aperto a mão da Flora.

Ela parece sair de um transe, anda duramente em direção ao casal que estão quase transando no canto da parede e puxa Tyler pela camisa, o afastando da garota.

A menina os encara assustada e eu a avalio, ele é muito linda, tem os cabelos loiros e longos, ela é bem baixinha, porém tem um corpo de dar inveja a qualquer mulher dentro dessa boate e suas roupas provocantes só realçam ainda mais suas curvas. O vestido era tão decotado que tive a impressão que seus seios pulariam para fora a qualquer momento e tão justo que parecia que ela nem conseguia respirar direito.

- Quem....? - Tyler exclama com surpresa e raiva, olha feio para a pessoa que o puxou e quando percebe ser a Flora seus olhos ficam enormes e viajam até mim - Hanna?! - foi sua reação.

Nada além de um simples "Hanna" e um olhar surpreso.

- Você ficou maluco? - me aproximo e começo a distribuir t***s no cafajeste e o empurrar - Está me traindo bem na minha frente?

- E com uma cadela qualquer - Flora acrescenta.

A garota solta uma exclamação ofendida e Tyler segura meus pulsos, impedindo-me de continuar a bater em seu peito.

- Para - exige e eu me solto - Não foi nada demais Hanna, estava só tentando me aliviar.

- Se aliviar? - pergunto chocada.

- Sim, caramba - ele passa as mãos pelos cabelos - Eu sou homem, tenho necessidades, necessidades essas que você não quer satisfazer - tenta me tocar mas me afasto - Precisa entender, isso aqui não significou nada para mim.

- Você é pior do que eu pensei – falo com desgosto.

- Hanna, vamos conversar – pede – Eu amo você, vamos esquecer isso e seguir em frente. Foi apenas um deslize.

Cansada de ouvir suas desculpas, desculpas essas que eu já tinha ouvido antes, quando ele me traiu da primeira vez e eu perdoei por achar que o problema realmente estava em mim. Mas agora chega, mereço mais do que ser traída.

Jogo o líquido da bebida que está em minha mão em seu rosto, ele reclama da ardência nos olhos, sua expressão era de dor e, por alguns segundos, eu me senti vitoriosa.

Viro-me e saio correndo entre as pessoas, em a direção a saída. Eu estou tão tonta por causa da bebida, minha visão está embaçada, e lágrimas grossas caem sem parar pelo meu rosto.

Estou me sentindo tão humilhada que tudo que eu queria era chegar em casa e ligar para o meu irmão, estou precisando do abraço dele.

Escuto a voz de alguém chamando por mim, quando chego próximo a uma porta, tive a ligeira impressão que era o Murilo, mas acredito que estou muito bêbada, seguir meu caminho até que sinto um par de braços fortes abraçar minha cintura quando finalmente o ar gelado da noite invade as minhas narinas.

Grito de susto e tento me soltar, mas o desconhecido é mais forte que eu. Grito por socorro e esperneio, mas ninguém pareceu se importar muito com isso.

Meu coração b**e mais forte com medo do que me espera, os braços fortes me erguem e me colocam no interior de um carro que cheira a couro caro. Eu não consigo ver quando a pessoa me prende com o sinto de segurança, e ela também não fala uma palavra sequer, para que eu consiga identificá-la pela voz, se é que a conheço. A porta do carro se fecha e eu tento manter meus olhos abertos, mas eles estavam muito pesados para isso, então, eu apago naquele banco de carro, desconhecido.

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