Mike Silva:
Seguro o braço dela com firmeza — não com brutalidade, mas o suficiente para deixar claro que ela não tem escolha — e a arrasto pelo corredor do hospital.
Cada passo que damos ecoa como um tambor de guerra nos meus ouvidos, ressoando junto ao baque surdo da minha raiva.
Meu peito é um campo minado, cada explosão abafada por anos de silêncio, de mágoa engolida a seco.
Ela tenta resistir, puxando o braço, bufando indignada como se fosse a vítima da história
A mesma velha encenação que eu conheço de cor.
— Me solta, moleque! — ela rosna, a voz impregnada daquela velha fúria amarga que sempre me direcionou.
— Cala a boca. — sibilo entre os dentes, sem sequer olhar para ela. — Você não vai fazer cena aqui.
Não hoje.
Não comigo.
Chegamos à entrada principal do hospital.
Largo o braço dela sem a menor cerimônia, como quem se livra de um peso velho e incômodo.
Ela tropeça dois passos para trás, ajeitando a bolsa no ombro com movimentos irritados, o rosto dividido entre raiva e uma