Pietro Castellani
As palavras impressas nos papeis em minhas mãos são como facadas no meu peito.
“Entrega da guarda legal de Gabriel da Silva Castellane...”
Meu sangue ferve.
O som do papel rasgando ecoa pela minha sala como um grito sufocado. A cada objeto destruído, rasgado, estilhaçado, minha respiração fica mais pesada, meu peito sobe e desce de forma irregular enquanto tento finalmente me acalmar do ódio que dessa vez eu não consegui conter.
Minha visão fica turva pela raiva enquanto rasgo a última página e a jogo ao chão já cobertos por cacos de vidro da mesinha de centro e moveis revirados, computador quebrado.
Meus olhos percorrem o caos que minha sala se transformou. Nas manchas de sangue deixadas na parede dos socos que dei. Sinto os nos dos meus dedos finalmente reclamarem com a dor dos ferimentos. Mas nada disso alivia a fúria crescendo dentro de mim.
Maldita Adélia! Maldito Diogo!
A porta se abre bruscamente.
Levanto a cabeça, os ombros rígidos.
Fernando entra sem nenhum