Fernanda Castellane:
— Aqui — Tiago estende um copo de água para mim, a expressão cheia de preocupação.
— Obrigada — agradeço baixinho, aceitando o copo com mãos ainda um pouco trêmulas.
Ele se senta ao meu lado no corredor, o silêncio se instala entre nós enquanto eu tomo pequenos goles da água gelada, tentando acalmar a torrente de pensamentos que me consome.
— Por que a possibilidade de estar grávida te deixou nesse estado? — Ele pergunta, a voz suave, sem qualquer julgamento.
Reclino na cadeira e deixo meu olhar se perder no teto branco do hospital. Mordo o lábio inferior e respiro fundo, volto meu olhar para o copo, ainda com um pouco de água.
— Porque... talvez esse não seja o melhor momento, sabe? — forço um sorriso, tentando parecer mais calma do que realmente estou. — Tem pouco mais de um mês que eu me casei, ainda não me formei, já temos uma criança tão pequena em casa...
Tiago me observa com atenção, sem interromper.
— Entendi — diz por fim, inclinando levemente a cabeça. —