Fernanda Mendonça:
O silêncio pesa sobre a sala, interrompido apenas pelo leve zumbido do ar-condicionado gelando não apenas o ambiente.
Meus olhos se estreitam enquanto encaro os equipamentos espalhados sobre a grande mesa redonda à minha frente. Cada item parece me desafiar: seringas ainda embaladas, tubos de coleta, algodão, estetoscópio, esfigmomanômetro, luvas descartáveis repousando ao perto de um monitor cardíaco portátil... tudo disposto de forma impecável, levo a mão e sinto o frio metálico dos eletrodos do monitor.
— O... o que...? Pra que são...? — Tento perguntar, mas minha voz falha antes que eu consiga formular qualquer frase coerente.
— Pratique em mim.
As palavras de Pietro me pegam completamente de surpresa, quase que os eletrodos caem de minhas mãos.
— O quê? — Pergunto, como se não tivesse ouvido direito.
Ele cruza os braços e inclina a cabeça levemente, como se minha surpresa fosse desnecessária.
— Você precisa melhorar com os pacientes, vai treinar em mim.
Sinto o