Depois de vinte anos conhecendo e amando meu companheiro predestinado, Alfa Martin, finalmente estávamos prestes a nos casar. Na véspera do casamento, ele habilidosamente escolheu o tom de batom que eu queria na minha necessaire de maquiagem. Foi então que eu soube: Alfa Martin tinha outra pessoa. Aquela garota estava vestindo o vestido de festa sob medida que eu havia preparado para o banquete de casamento, brindando com Alfa Martin em um brinde de companheiro. Nossos amigos a cercavam, chamando-a respeitosamente de "Luna". Não causei nenhuma cena. Em vez disso, liguei para o hospital. — Dr. Fabian, por favor, descarte os óvulos que eu tinha congelado. Em seguida, enviei uma mensagem para aquela garota: — Yvonne Jimenez, você gostaria de se casar com Martin Daniels no meu lugar?
Ler maisBelle me segurava nos braços, a mão gentilmente batendo no meu braço para me confortar.Eu não disse uma palavra. Apenas alcancei as garrafas alinhadas no balcão. Dane-se o gosto. Eu queria anestesia. Anestesia era melhor do que essa dor que arranhava meu peito.— Alfa Martin, sabe o que é engraçado? — Minha voz quebrou no meio da frase, mas continuei, olhos fixos no rosto dele como se pudesse gravar a verdade nele. — Yvonne não foi a única, foi?O lobo dele estremeceu. Eu vi—só um reflexo nos olhos dourados, mas estava lá.— Antes dela, houve outras. E eu me perguntava, todo maldito dia—você parou de me amar? Você algum dia me amou de verdade? Mas toda vez que voltava, me segurava como se nada tivesse acontecido, sussurrava que eu era a única. Que eu era sua companheira para sempre.Soltei uma risada amarga, que soou mais como um rosnado.— Comecei a beber só para conseguir dormir. Minha loba não conseguia descansar enquanto o seu estava com outra.A mão de Martin apertou uma foto com
Nunca vou esquecer como Alfa Martin me segurou com carinho pela cintura, assistindo ao pôr do sol sobre o mar comigo. Naquele tempo, eu me dizia que, enquanto Alfa Martin estivesse disposto a me amar, eu poderia esquecer toda a infelicidade.Também foi aqui, neste mesmo lugar, que ele fez uma promessa — amar apenas a mim, pelo resto de nossas vidas.Sua expressão suavizou. Claramente, ele também lembrava. Ele se aproximou devagar, cuidadosamente.— Simona, eu lembro. — Disse ele.— Na Acateia Lua Azul, você me deu seu primeiro beijo… e sua primeira noite.— Jurei ao mar que te amaria para sempre.O tom dele ficou emocionado enquanto entrelaçava firmemente seus dedos aos meus.— Agora que estamos de volta à Acateia Lua Azul… não podemos fingir que nada disso aconteceu?— Por favor, Simona. Apenas me dê mais uma chance.Olhei em seus olhos sinceros — e não pude evitar rir.— Alfa Martin, você pode fingir que nada aconteceu.— Mas e quanto a mim?O clima congelou novamente. Eu sabia — el
Arranquei minha mão da de Alfa Martin e entrei direto no quarto, em um protesto silencioso.O quarto dava de frente para o mar — pela janela se abria uma vista deslumbrante do oceano.Alfa Martin veio logo atrás de mim e envolveu minha cintura com delicadeza.— Simona — sussurrou, o sopro quente em meu ouvido —, eu lembro que você ama o mar. Reservei este quarto só para você. Assim que abrir os olhos, verá o oceano azul profundo.Minha espinha inteira se enrijeceu. A dor amarga em meu peito subiu de repente e tomou conta de mim.Empurrei-o com tanta força que ele cambaleou alguns passos para trás. Virei-me para ele, a voz subindo a cada palavra:— Alfa Martin, eu nunca gostei do mar!Suas sobrancelhas se franziram em confusão, como se eu estivesse falando uma língua estranha.— Esqueceu? — gritei, apontando para a janela. — Eu já caí no mar — eu tenho talassofobia!Minha loba choramingou ao lembrar disso.Eu tinha vinte anos. Martin me levara em um cruzeiro com aquele clubinho de Alfas
Alfa Martin disse que eu amava o oceano, mas a verdade era—ele que adorava, não eu.Ele sempre impunha suas preferências sobre mim, tornando-as automaticamente minhas.De repente, senti um cansaço enorme. Baixei a cabeça e suspirei, sem forças.— Martin, me deixa ir. Pense nisso como te libertando também. — Esse vai-e-vem… agora não faz mais sentido. Alfa Martin agiu como se não tivesse me ouvido. Ele agarrou meu pulso com força, com medo de que eu escapasse de novo.Uma dor atravessou meu braço, e eu franzi a testa de desconforto.Percebendo isso, Alfa Martin rapidamente ligou para a recepção pedindo remédio para alergia.Então, ele se agachou ao meu lado, apoiando a cabeça no meu joelho.— Simona, vou pedir para a Yvonne se livrar do filhote, tá? — Não fique brava comigo por isso—foi tudo culpa minha. Desde que fui esfaqueada e perdi a capacidade de ter filhos, Alfa Martin nunca mencionou filhotes na minha frente.Todos ao nosso redor o pressionavam, dizendo que ele não podia des
Alfa Martin respirava com dificuldade, os dedos tremendo de maneira incontrolável.Ele me segurava tão apertado que eu mal conseguia respirar — bati em seu ombro com toda a força que tinha.— Martin, me solta… não consigo respirar… — Murmurei.Seus olhos estavam vermelhos, e lágrimas frias escorriam pelas costas da minha mão. Sua respiração tremia.Como se tentasse desesperadamente provar algo, Alfa Martin tirou o celular do bolso e me mostrou um vídeo do nosso dia de casamento.No vídeo, quando o celebrante anunciou a entrada da noiva, Alfa Martin olhou para o corredor, os olhos cheios de felicidade. Mas quando Yvonne apareceu no lugar, toda a plateia ficou boquiaberta.A expressão de Alfa Martin ficou selvagem. Ele jogou o microfone de lado e avançou em direção a Yvonne como uma fera.— O que você está fazendo aqui? — Onde está Simona? O que você fez com ela? Yvonne, acariciando levemente a barriga arredondada, riu e se jogou em seus braços.— Martin, você não queria se casar comi
Não queria mais discutir com ele.Não com minha loba andando de um lado para o outro dentro de mim, frustrada e irritada. Ela já tinha se cansado das meias-verdades e mentiras completas dele. Eu também.Então desliguei o celular e fui em direção ao portão de embarque.Enquanto o avião decolava, olhei pela janela e senti—mais leve. Mais livre. Minha loba soltou um suspiro baixo e satisfeito. Isso sim era algo.Enquanto isso, lá embaixo, Alfa Martin perdia o pouco de compostura que ainda lhe restava.Segundo os pobres funcionários do aeroporto depois, ele agarrou um deles pelo colarinho, a voz estrondando pelo terminal como um trovão.— Parem com isso! Parem com esse avião agora! Mas… ninguém para um voo comercial, mesmo sendo um Alfa.Da minha janela, eu o vi.Martin.Correndo pelo pátio como um louco, o paletó voando atrás dele, cabelo esvoaçado pelo vento, desespero estampado em cada traço do rosto.— Simona, volte! — Ele gritou.— Eu estava errado, por favor! Me dê uma chance de exp
Último capítulo