(Ponto de vista de Mike )
O som das vozes, dos copos se chocando, das crianças correndo — tudo isso era secundário.
Mike desceu as escadas com calma, as mangas da camisa dobradas até os antebraços, deixando as tatuagens à mostra. Usava preto dos pés à cabeça, como quem não estava ali para festa alguma. E, de fato, não estava.
A noite anterior o perseguia como um vício malcurado. O cheiro dela. A umidade entre as coxas dela. A forma como ela disse não… mas gemeu sim.
Yanika ainda tinha gosto dele.
E agora, diante de todos, precisava fingir que não era dele — quando tudo nela ainda pulsava com ele.
A viu de longe, com os gêmeos no colo.
Ela estava tão linda que doía.
O vestido preto marcava cada curva, sem exagero, mas com verdade. A fenda deixava a coxa à mostra quando ela andava. E ele, bastardo que era, só conseguia lembrar do que aquela coxa fazia contra ele, das marcas que deixava, do som que escapava dela quando ele afundava os dedos ali.
A risada de um convidado o distraiu por um