~Lyra~
O carpete ficava mais espesso sob meus pés. O cheiro, mais denso. Mais selvagem. Como pinho, uísque e cio de lobo. Como algo proibido. Como algo que podia me devorar viva.
Cheguei até a última porta.
Estava entreaberta.
Só um pouco.
Só o suficiente pra provocar.
Toquei a borda da porta.
Empurrei.
O rangido foi alto. Quase cortante, como se atravessasse o estômago.
Estremeci.
E então eu vi ele.
Damon.
Alfa.
Carne e perigo.
Ele estava parado no centro do quarto como se fosse dono do mundo inteiro.
O suor escorria pelo peito nu.
Os músculos se contraíam a cada respiração.
Uma única gota deslizou do queixo até o peitoral, brilhando como pecado antes de sumir entre as tatuagens escuras que arranhavam o corpo dele.
Ele não se virou.
Mas eu sabia que ele sabia.
Ele sempre sabia.
Mudou de posição.
E a voz dele rasgou o silêncio.
— Perdida, garotinha?
Tentei falar.
Falhei.
A boca abriu... mas nenhum som saiu.
Ele se virou.
E, puta que pariu...
O rosto. O corpo. Aquela beleza crua, brutal