~Damon~
Eles já falavam antes mesmo de eu entrar.
As vozes não se espalhavam longe, mas eu não precisava de volume para sentir o gosto amargo da traição.
Fiquei do lado de fora da porta da câmara por cinco segundos inteiros. Poderia ter entrado. Poderia ter arrombado com um estrondo e exigido silêncio. Mas escolhi ouvir. Queria saber até onde tinham caído enquanto eu estava lá fora limpando a sujeira deles.
Outra patrulha perdida. Outra violação. Uma criança encontrada morta, o ventre vazio, os olhos arrancados. E, no meio de tudo isso, meu nome circulava entre eles como veneno.
A voz de Bronn cortou o ar, afiada e amarga.
— Ele não fez nada. Estamos morrendo, e o nosso Alfa está invisível, porra.
Ryven retrucou, mais baixo, mas não menos acusador.
— Perdemos mais três na noite passada. Os renegados não só mataram. Eles penduraram os corpos, deixaram que se contorcessem até o fim. Isso não é ataque. É recado.
Então Marin, aquele bastardo arrogante, sibilou como cobra.
— E o nosso Alfa