~Lyra~
Eu não respirei.
Não conseguia.
Meus pulmões se recusavam a funcionar. O peito apertado, cheio demais de tudo que eu não conseguia dizer. A dor entre as minhas pernas ainda estava ali — viva, pulsando como um segundo coração. A vergonha cravava as garras em mim. Mas algo pior também cravava. Algo mais fundo. Mais sujo.
Desejo.
Meu robe estava meio aberto, grudado na pele úmida, revelando parte da coxa, o seio, a curva do abdômen que ainda se contraía com os espasmos de um prazer que eu nem tinha direito de sentir.
E Tasha?
Tasha estava parada ali, o suor brilhando na pele, o cabelo bagunçado em volta do rosto avermelhado, os olhos fixos em mim como se eu fosse algo nojento que ela tinha pisado.
— Lyra?!
A voz dela me cortou como um chicote.
Não soava como a voz de uma melhor amiga.
Não soava como preocupação.
Soava como acusação.
Soava como ódio.
Como se eu tivesse violado algo sagrado.
Como se eu fosse a imunda.
Pisquei. A visão borrada. Meu coração batia tão forte que eu conse