Ela levantou os olhos pra mim, arregalados, os lábios entreabertos.
— Sim, eu teria ficado furiosa. Sim, eu teria gritado. Provavelmente te bloqueado, te xingado, ignorado suas mensagens, rasgado nossas fotos, talvez até tivesse queimado aquele maldito diário combinando que a gente fez, mas, com o tempo, eu teria te perdoado.
Os lábios dela tremeram.
— Porque eu te amava mais do que odiava o que você fez. — Continuei, com a respiração falha. — E a diferença é que, se você tivesse me contado — se tivesse confiado em mim — a gente poderia ter enfrentado isso juntas. Eu teria superado. De verdade. Eu acredito nisso com tudo em mim. Porque a nossa amizade era profunda assim. Real assim.
Funguei, sentindo o nó na garganta crescer de novo.
— Mas agora? Eu já não sei. Não sei se algum dia vou conseguir confiar em você de novo. E sabe qual é a parte mais doida? A parte mais absurda de tudo isso?
Ela piscou, o rosto ensopado de lágrimas.
— Eu vou ter que olhar pra sua cara o ano inteiro.
Ela co