O outro lado da cama está vazio e bagunçado, um lembrete do tumulto que aconteceu na noite passada. Olho para a janela e vejo que o sol já está alto no céu, lançando uma luz vibrante que contrasta com a escuridão que sinto em meu coração. O silêncio é interrompido pelo som da porta se abrindo, e uma onda de apreensão me invade. Penso ser Heros, mas quem atravessa a porta é Noah, segurando uma bandeja de café da manhã.
— Bom dia! — ele diz, entrando no quarto com um sor
Quando deixei Feyra na minha cama, dormindo tão serena, tive que controlar a vontade de acariciar a maçã do seu rosto. A lembrança da noite que tivemos ainda ressoa em minha mente, uma onda de desejo que me deixa duro ao pensar em sua maciez. Ela é tudo que eu não sou: macia, cheirosa e quente. O aroma de jasmim continua presente em mim, uma marca do seu corpo que se misturou à essência da banheira de Luther, uma pequena lembrança de Alicia, que ele ainda insiste em manter na sua vida. É um cheiro que continua a assombrá-lo, e talvez isso explique por que sua obsessão por ela só tem se intensificado.
Após passarmos na sede e finalizarmos as pendências, contactando nossos irmãos no armazém para verificar as entregas de armas, Luther me lembra que precisamos comprar algumas roupas para Feyra. Apesar de ele gostar de vê-la usando suas roupas, é claro que não podemos permitir que ela continue vestindo as mesmas peças para sempre. O pensamento de “sempre” ressoa em mim — será que ele realmente está imaginando um futuro ao lado dela? Esse coração sentimental dele pode ser sua ruína. Abro espaço no meu closet, organizando rapidamente as roupas para dar lugar às novas peças que acabamos de comprar para Feyra.Quando ela aparece, vestindo um suéter de Heros que vai até o meio de suas pernas, não consigo desviar o olhar. A gola alta abraça seu pescoço delicadamente, e as mangas longas pendem sobre suas mãos como se fossem um manto. Ela dobra as mangas e a visão de sua figura pequena envolta pela roupa só intensifica a compaixão que sinto — uma mistura de carinho e uma pontada CAPÍTULO 29 - LUTHER GREEN
Desço as escadas após ter passado o dia todo ontem com o Luther e encontro apenas o sádico no andar de baixo. A casa está envolta em um silêncio desconfortável, e a única coisa quebrando a monotonia é o som suave da conversa dele na cozinha. Ele está falando com a cozinheira, uma senhora de cerca de sessenta anos, cuja presença quase me escapa, já que mal me lembro de seu nome.— Olha, está viva, então… — ele diz ao me ver, sua voz cheia de ironia. — Pensei que o Luther
Finalmente, chegou o momento em que o Capo da Calábria descobrirá que não se deve me provocar.As luzes da cidade italiana piscam ao longe enquanto o nosso jatinho particular toca o solo em uma pista isolada. O ar noturno é pesado, carregado com a tensão que permeia cada fibra do meu ser. Estou prestes a entrar na toca do lobo, e não cogito sair de mãos vazias. A Ndrangheta calabresa acredita que pode nos desafiar, mas hoje, nós mostraremos o que significa cruzar como os irmãos Green.
— Vamos acabar com isso, homens! — ordeno, a frieza nas minhas palavras, equilibrando a ferocidade da luta. Estou rodeado por meus irmãos, cada um deles pronto para a batalha. Sinto que a vitória é certa; o cheiro do sangue e da pólvora se mistura em uma combinação intoxicante.Com um aceno rápido, Luther avança primeiro, sua agilidade e força movendo-se como uma tempestade. Ele ataca os seguranças com uma brutalidade calculada, derrubando um deles enquanto gira, preparando-se para eliminar outro.
Cuido dos esquemas da nossa máfia, monitorando todos os nossos armazéns, enquanto nossos soldados e associados trabalham nas organizações de encomendas e produtos. Estou coordenando tudo, dando comandos a Igor e Jason, e mantendo um olhar atento às operações na Calábria com meus irmãos. Após o almoço, percebi que Feyra não saiu mais do quarto, tentando fugir de mim. Mas a inquietude do lugar a incomodou, e logo desisto de esperar, vendo através das câmeras que ela está se movendo
Ela leva um momento para respirar, pensando se deve permitir que a atração a consuma ou fugir do que poderia ser um caminho tentador e perigoso.— E se eu não gostar? — ela pergunta, sua voz um sussurro carregado de hesitação, desafiando um mundo em que sou sádico.— Esse é o ponto, querida. Não h&a