Gia
O ar fresco acaricia meu rosto, trazendo uma sensação de alívio ao calor que açoita meu corpo. Já me banhei no rio várias vezes e essa ação não foi capaz de apagar esse fogo que só uma pessoa pode extinguir.
Observo a água que se mantém quieta, mas sua corrente é silenciosa e perigosa. Assim é essa paixão que me consome, devo dissimulá-la, fingir que nada acontece, mas por dentro morro de vontade dele. Eu preciso dele.
Os arbustos ao redor do rio são movidos pela presença de alguém. Meu coração bate descompassado, minha respiração começa a ficar irregular e meu corpo é açoitado por leves tremores. Sim, estremeço ao sentir o cheiro dele, ao reconhecer o macho que deveria ser meu, aquele que minha loba reclama.
E lá ele aparece, imponente, com seu corpo musculoso e grande, que parece ser esculpido do próprio ouro. Seus cabelos pretos e lisos caem por sua testa e pescoço, e também cobrem todo o antebraço e me convidam a puxá-los e apertá-los. E como não me derreter diante daquele olh