Visão de Júlia
Depois do banho e de vestir as roupas limpas, eu me sento para comer. Fico de olho na porta. Esse quarto deve ser distante de tudo, porque é bem silencioso. Volto para a cama. Imagino que já seja o período da tarde.
Quanto tempo eu ainda ficarei aqui? O que acontecerá comigo? Quem está ajudando meu tio? Fico fazendo perguntas que eu sei que não terá respostas, não agora.
O cansaço me domina e eu durmo. Acordo com o som da porta se abrindo. O quarto está escuro, então já é noite? A pessoa que entra, aciona o interruptor e ascende a lâmpada. Eu fecho os olhos e volto a abrir diante da claridade.
Não é meu tio. Um homem que eu não tinha visto antes, me pediu para ir com ele. Antes, ele tira a corrente do meu pé me libertando. Sinto certo alívio. Vão me libertar.
O homem segura meus braços os colocando para trás e passa uma algema. Sinto uma pequena dor. Porque as algemas? Cadê meu tio?
Falo em voz alta esses questionamentos. O homem me ignora e me puxa para fora do quar