Visão de Júlia Duas semanas se passaram. Eu estou adorando o meu trabalho. Passei a me envolver mais nas atividades da empresa. Na minha segunda semana, já participei de uma reunião com os gerentes executivos da empresa, pois a assistente do Sr. Patrick Prattes precisou se ausentar por motivos de doença, por isso, fui requisitada para tomar nota de tudo que acontecia. Acostumei-me com o humor do meu chefe que variava a cada dia. Um dia estava tranquilo, sorridente e atencioso, em outro, parecia nervoso, triste e preocupado. Erick é um homem muito legal, eu gosto de vê-lo e de conversar com ele. Até sinto a sua falta quando não está no escritório. Seu jeito de falar, seu sorriso, seus olhares em mim, que me deixa envergonhada. Será que estou fantasiando coisas? Nunca me senti amada por ninguém. Nunca estive realmente apaixonada. Na faculdade tinha uns carinhas que queriam ficar comigo, mas nada sério. E teve Tyler, meu primo. Meu primeiro beijo e minha primeira paixonite de
Visão de Júlia No final do expediente, saio do escritório e vou ao supermercado, preciso fazer umas compras para casa. Ao chegar no meu apartamento, ouço o toque do meu celular. Procuro-o na bolsa e atendo imediatamente, imaginando que seria minha amiga Maya. A última vez que nos falamos foi há uma semana. Atendo no maior entusiasmo. – Hei, olá! - Se soubesse que a minha ligação a deixaria tão feliz, tinha ligado antes. – A voz do outro lado não é de Maya. Meu coração acelera, eu conheço essa voz... Tentando fazer meu coração desacelerar um pouco, finjo não reconhecer a sua voz. – Quem é? Seu sorriso largo surgi no meu ouvido e ele fala em um sussurro. – Júlia... Você sabe quem é. Ouvir meu nome em sua voz, conciliada com sua respiração suave ao telefone, fez um frio seguir do meu estomago até minha virilha. Minha tentativa de acalmar foi por água abaixo. Senti minhas pernas fraquejarem e me apoiei no balcão da cozinha para não cair. - Sr. Prattes, posso te ajudar em a
Visão de Erick Meus finais de semana costumavam ser bem agitados. Festa, balada, bebidas e mulheres. Mesmo namorando a Kate, não deixava de aproveitar com meus amigos. Na maioria das vezes ela estava presente, mas sempre demonstrava insatisfação. Depois do seu acidente, minhas saídas nos finais de semana diminuíram. Fiquei ao seu lado, cuidando e lhe dando atenção. Não só por ela, mas porque esse acidente trouxe mais complicações em minha vida que agora estou pagando caro. Deixei de lado meus amigos e algumas mulheres que insistiam em sair comigo. Fiquei com algumas, claro, pois a necessidade de sexo estava me deixando estressado. Pensei em ir a boate novamente, beber e apreciar um bom sexo. Mas não, hoje quero fazer algo diferente, mas tranquilo. A imagem de Júlia vem em minha mente. Decido convidá-la para sair, será que ela vai aceitar? Pego o telefone e ligo para ela. Não preciso esperar muito, ela atende no segundo toque. A sua voz risonha e meiga preenche os meus ouvidos
ErickFico em frente ao prédio de Júlia ainda por alguns minutos reorganizando os pensamentos. Meu celular começa a tocar, é Kate. Deixo de lado, deixando a ligação cair. Ele toca novamente. Atendo sem a menor vontade de falar com ela. - O que foi Kate? – Minha voz sai alterada. - Oi Erick é Elizabeth. Porra! Por que a mãe de Kate está me ligando? E a essa hora? Sua voz parece um tanto chorosa. Fico apreensivo pelo que ela tem a me dizer. - Preciso da sua ajuda, minha filha... a Kate... ela.... Ah! Erick vem logo para cá. – Começa a chorar. Ligo o carro e saio o mais rápido que posso. Ainda com Elizabeth no telefone tento saber o que realmente aconteceu. - Calma Lisa, o que houve? O que aconteceu com a Kate? - Erick, ela está no hospital nesse momento. Minha filhinha... não sei o que fazer Erick. Não sei por que ela fez isso, parecia que estava bem nesses últimos dias. Elizabeth recomeça a chorar, dá para ouvir seus soluços ao telefone. – Estou indo, fique calma. Não sei e
Visão de Júlia Já é sexta-feira novamente. Já em casa e pronta para dormir, ouço meu telefone tocar. Meu coração se agita na esperança de ser Erick. Vejo o número de Maya piscando na tela. Adoro conversar com minha amiga e atendo a ligação toda animada, tentando deixar o vazio em meu peito para lá. - Alô! - Oi amiga! – Ela grita em meu ouvido, fazendo com que eu afaste um pouco o telefone do ouvido. - Acordei você? - Não... na verdade estava pronta para ir para cama. - Sorrio do seu entusiasmo. - Estou feliz porque amanhã mesmo vou te ver! - O que? Como assim, amanhã? - Estou chegando aí amanhã, por volta das 14 horas. Já comprei a passagem... só de ida. Eu pediria para você me pegar no aeroporto, mas como a mocinha não tem carro, eu pego um táxi. Acho que não tem erro, tenho seu endereço anotado. - Espera aí, May, fala devagar. Por que está vindo para cá? E o seu trabalho? - Você não quer que eu vá? Suspiro. Minha amiga às vezes age como se fosse criança. Imagino ela do
Visão de Júlia Jantamos e depois de um tempo saímos andando pelas ruas até encontrar um local onde pudéssemos beber e dançar à vontade. A fila de pessoas na porta da boate estava enorme, tivemos que esperar quase uma hora para entrar. Lá dentro estava mais cheio ainda. Nos esprememos para passar pelas pessoas até o bar. Quando pegamos nossas bebidas fomos para a pista de dança. Começamos a dançar e deixo a música me envolver. Fecho os olhos movendo meu corpo conforme o ritmo da música. Depois de um certo tempo e de beber mais algumas taças de coquetéis, sinto a sensação que tem alguém me observando. Olho para os lados e para cima, mas não vejo ninguém que eu conheça.A certa altura da noite e depois de ter ingerido uma boa quantidade de álcool, minha mente já estar me pregando umas peças. Todos os homens que se aproximam de mim eu enxergo meu chefe. Estou na pista de dança e sinto uns braços me segurar pela cintura. Começo a dançar e me esfregar nele. O homem me vira de frente para
Visão de ErickPassar uma semana toda ao lado de Kate em um hospital foi desgastante. Depois que sua mãe me ligou, sai às pressas em direção a Olympia, cidade onde elas residem a mais ou menos 3 horas de Seattle. Não consigo acreditar que Kate teve a coragem de tentar o suicídio. Só para chamar minha atenção, só pode ser isso. Achei que retornaria em dois dias, por isso só informei a Patrick onde estaria, a mais ninguém. Porém, nem tudo sai conforme planejamos. Kate estava bem. Ingeriu uma quantidade enorme de medicamentos. Sua mãe chegou a tempo de levá-la ao hospital e agora está fora de perigo. A memória da minha ex-namorada retornou. Agora preferiria que ela continuasse com essa perda pelo resto da vida. Kate lembrou de coisas, ou se realmente as tinham esquecido, e está agora me chantageando. O acidente trouxe sérios problemas, não só a ela, mas a mim também. Por isso fiquei mais tempo na cidade para tentar resolver algumas questões. Não tive coragem de ligar para Júlia. Disse
Visão de Júlia Na segunda-feira levanto cedo e me arrumo para mais um dia de trabalho. Estou apreensiva pela volta de Erick. Ele havia retornado da sua viagem misteriosa e não entrou em contato comigo. E depois apareceu na boate, assim de repente.A cena da boate vem à minha mente. Estou com muita vergonha dele. Maya disse que ele havia ligado ontem querendo saber como eu estava. Como pude beber tanto e me expor ao ridículo daquela forma? Maya ainda dormia quando sai. Deixei um recado dizendo que só retornaria a noite e que ela aproveitasse o dia. Chego à empresa bem antes do horário. Aproveito para atualizar a agenda de Erick. Preparo o café e fico esperando-o chegar. O barulho do elevador chama a minha atenção. As portas se abrem e Erick entra, seu olhar vai direto aos meus. - Bom dia Sr. Prattes.- Bom dia Srta. Smith. Como você está? - Estou bem, obrigada por perguntar. Sinto meu rosto esquentar. Ele fica alguns segundos observando. Sorri, aquele sorriso torto que eu passei a