66. Estranhos
O som do tic-tac do relógio era a única coisa que eu conseguia ouvir além dos meus pensamentos.
Sentado na cadeira do escritório, eu encarava a janela enorme de vidro que dava diretamente para a estufa, e o jardim.
Pensar que Hart queria ir embora, que ela poderia partir sem ao menos me dar tchau, quebrava o meu coração. E eu já não sabia como reagir a tudo isso.
Eu queria protegê-la de tudo isso, mas como poderia se esse era o meu mundo? O reino dos lobos não deixaria de existir, e eu não poderia fugir com ela.
Toc toc.
Duas batidas na porta.
Eu sabia que não era ela, pois eu reconheceria seu cheiro de longe.
O beta entrou com uma cara nada boa, eu sabia que noticias legais não seriam.
"Meu Alfa, temo não ter boas novas para o senhor."
"O que houve? Conte sem rodeios, Victor, não estou de bom humor hoje."murmurei."
Victor fechou a porta atrás de si, os olhos duros, braços cruzados à frente do peito.
“É sobre o jardineiro que você pediu para que eu vigiasse.”
Inclinei um pouco o cor