61. Minha
Damon Thorn
Eu estava mal-acostumado.
Não era comum ter alguém para dividir a cama, e principalmente… para dividir a vida.
Sempre lidei com minhas questões sozinho, e foi assim por muito tempo. Até ela chegar: uma cozinheira, humana, e teimosa demais para o próprio bem.
Respirei fundo, sentado na beira da cama. A pasta com o relatório de Victor ainda aberta sobre a mesa. Me levantei, caminhei até a janela e olhei para a floresta lá fora.
“Hart…” sussurrei sozinho.
Ela estava lá embaixo, entre as estufas, mexendo nas flores, distraída, como se o mundo não estivesse prestes a ruir.
E ela não fazia ideia… do que eu seria capaz de fazer para mantê-la a salvo.
Bati com força a pasta sobre a mesa, fechei e desci as escadas.
Parei na porta, a mão firme na maçaneta. Respirei uma última vez antes de girar.
Abri.
Ela ergueu os olhos imediatamente ao me ver, ainda agachada na terra, as luvas sujas, os cabelos presos de qualquer jeito. Linda.
“Hart…” sussurrei. “Bom dia.”
Ela se levantou, tirando