13. Beijo perigoso
Damon Thorn
A terra úmida sob minhas patas era um alívio. Cada passo era uma descarga de tensão, cada salto sobre as pedras, uma tentativa de esquecer. A madrugada envolvia a floresta num manto denso, e o ar cortava como lâmina, mas eu não diminuía o ritmo.
Aquela era a melhor hora para a minha fuga.
A floresta era o único lugar onde eu não precisava fingir. Onde o Alfa e o homem podiam se fundir sem precisar dar satisfações. Correr era o único jeito de lembrar que eu ainda era vivo. Que não era apenas o Alfa de todos. Era o filho de dois fantasmas que a floresta nunca esqueceu.
Os galhos riscavam o céu, e a lua cheia projetava minha sombra sobre a relva. Meus sentidos estavam aguçados, cada barulho, cada cheiro, cada vibração no solo. Era como se o mundo respirasse comigo.
Então...
O cheiro do sangue.
O som de um grito.
A neve.
O corpo dela.
Os olhos da minha mãe se encontrando com os meus por um segundo que durou para sempre.
Tentei frear, mas a lembrança me paralisou no meio da tr