Capítulo 50
O ar carregava o aroma fresco da terra úmida e das folhas, e Helena seguiu pelo caminho familiar até o altar da Deusa Aurinia, como fazia todas as manhãs.
Mas naquela manhã, seu coração batia diferente. Ela sabia que ele estaria lá.
Quando chegou ao pequeno santuário esculpido na pedra, deixou a oferenda como sempre fazia: algumas ervas e flores recém-colhidas, um gesto simples de gratidão. E então, esperou.
Os instantes passaram, e logo, o farfalhar das folhas denunciou sua presença. O lobo emergiu da mata como uma sombra viva, seus olhos intensos cravados nela. Mesmo já tendo se acostumado à sua presença, Helena nunca deixava de se impressionar com sua imponência. Ele era magnífico.
— Você sempre me espia desse jeito? — perguntou, cruzando os braços.
O lobo parou a poucos metros dela, observando-a como se ponderasse algo. Então, para sua completa surpresa, começou a mudar.
Helena ficou imóvel, sem fôlego, enquanto os ossos do animal pareciam se realinhar, a pelagem escu