Capítulo 23
A fogueira crepitava suavemente no meio do acampamento improvisado, suas chamas projetando sombras alongadas contra as árvores retorcidas da floresta. O calor era bem-vindo no frio cortante da noite, mas Erik não sentia nada além da fúria ardendo sob sua pele.
Helena dormia, o rosto relaxado apesar do peso das revelações e da batalha travada dentro do templo, e contra as ilusões do corvo. Ela havia sido forte. Mais forte do que ele imaginava. Mas Erik sabia que aquele jogo ainda não havia acabado.
E, como se seus pensamentos o tivessem invocado, o corvo surgiu da escuridão.
— Você não dorme? — Ardyn perguntou, sua voz suave, carregada de algo que se assemelhava a divertimento.
Erik não desviou os olhos das chamas.
— Não confio em corvos.
Ardyn soltou um riso curto, aproximando-se do fogo e agachando-se do outro lado, como um espectador paciente. Seus olhos prateados brilharam no escuro, refletindo as chamas como espelhos distorcidos.
— Você se consome demais, lobo — ele mu