Marcada pela máfia
Marcada pela máfia
Por: Jojo0609
A cláusula

Sicília — Itália 

Naquela sala de reuniões, o clima permanecia tenso, os acionistas de um lado, olhavam para Giovanna como animais prestes a devorar sua presa e era daquela forma que eles a viam naquele momento, ela estava fragilizada pelo que tinha acontecido, e era o momento certo para que conseguissem assumir a empresa.  

Os pais adotivos de Giovanna, haviam acabado de falecer em um acidente de carro, acidente esse, que ela ainda achava misterioso, e tinha dúvidas se era mesmo uma fatalidade, ou algo planejado, o caixão estava lacrado, pois afirmaram que o estado dos corpos não era nada bom e não deveria ser aberto. 

— Os senhores estão agindo de má-fé nesse momento, meus pais acabaram de morrer, e vocês nem ao menos querem esperar a leitura do testamento? — questionou irritada, mas tentava controlar suas emoções — Sei que por enquanto, eu e minha irmã não temos a maioria das ações, mas isso pode ser revertido, assim que meu advogado resolver tudo. 

— Não se trata de má-fé senhorita, estamos pensando na empresa, todos nós sentimos muito pelo que aconteceu, mas quanto mais esperarmos, mas a empresa pode perder, como você mesmo disse, suas ações não são maiores que as nossas, nós podemos assumir, e garantir que a empresa continue dando lucro, sabe que esse ramo de negócio, pode ser um pouco traiçoeiro — um dos sócios se empós. 

Giovanna era filha adotiva de Marisa e Giuseppi Rossi, eles eram os donos de uma empresa no ramo de joias, com especialidades em pedras preciosas, a empresa tinha vários acionistas, e eram os donos dessas ações que estavam causando dor de cabeça para ela.   

Ela olhava várias vezes para o relógio, seu advogado garantiu que já estava a caminho, mas estava demorando muito, se não chegasse logo, eles começariam a votação e elegeriam outro CEO para a empresa, baseando-se na quantidade de ações de cada um. Diante de toda aquela pressão e o pedido para que começasse a votação, eles já estavam prestes a começar, porém, a reunião foi interrompida, pela chegada de seu advogado. 

Giovanna ficou mais aliviada ao vê-lo, apesar de não saber ao certo o que tinha naquele testamento, mas sabia que era da vontade de seus pais adotivos, que ela continuasse administrando a empresa, como eles mesmo já haviam falado para ela. 

— Bom dia a todos e me desculpe o atraso, mas tive alguns pequenos transtornos para chegar até aqui hoje — explicou e se sentou próximo à herdeira. 

O advogado fez um sinal para a secretária que estava na reunião, para que o ajudasse a distribuir algumas cópias daquele testamento. 

— Como podem ver, diante de vocês, está uma cópia do testamento do Senhor Giuseppi e Marisa Rossi, no qual, tinham a intenção de deixar a parte majoritária dessas ações, a filha Giovanna Rossi — ele fez uma pausa e olhou para baixo. 

Diante daquela hesitação, Giovanna notou que teria algo mais, imaginou que havia algum termo ou condição, para que herdasse a empresa. 

— Mas também existe uma cláusula, para que tudo isso seja possível. 

— E o que é? — ela perguntou, esperando o pior. 

— Para herdar a empresa, a senhorita terá que se casar imediatamente com Mario Esposito, e então as ações de seus pais passarão para você. 

— Eu concordo — falou de imediato. 

Giovanna tinha vinte dois anos, e estava cursando a faculdade de psicologia, achava que sua vida estava apenas começando, para ter que carregar o fardo de um casamento arranjado por seus pais, ela não sabia quem era aquele homem, mas já tinha ouvido o sobrenome em algum momento, entre as conversas de seus pais. 

Ela não queria ver a empresa que seus pais trabalharam tanto para construir, ficar nas mãos de oportunistas como aqueles acionistas na sua frente, e estava disposta a fazer aquele sacrifício, era uma forma que ela encontrou de agradecer tudo que aquela família fez por ela e sua irmã, principalmente o fato de ter adotado as duas. 

Mediante a confirmação que se casaria, o advogado informou, que assim que a união fosse oficializada, todos receberiam os devidos relatórios. Alguns não conseguiram disfarçar o seu descontentamento com o que estava acontecendo, mas teriam que aguardar, já que aquele testamento era válido, e após todos saírem daquela sala, foi a vez dela falar o que queria. 

— Por que meus pais fizeram isso comigo? — questionou ainda transtornada.

— Sei que pode estar pensando que foi uma maldade ou algo desse modelo, mas posso assegurar que não foi nada nesse sentido, eles queriam que ficasse segura, pois sabiam quem eram os sócios que tinham e que eles tentariam te destruir. 

— Posso até aceitar me casar com ele, mas não estou disposta a ficar minha vida toda em um casamento sem amor, ficando juntos somente por conveniência, ele ao menos está aceitando de bom grado esse acordo? 

— Sim, ele está ciente e concorda. 

(...) 

— Não, eu não vou me casar com uma mulher que nem conheço vovô — foi a reação de Mário ao saber. 

— Eu não perguntei se você quer se casar, eu mandei você se casar ou sabe o que posso fazer caso me desobedeça, posso não ser mais o atual padrinho na organização, mas ainda posso te matar por desobediência. 

— O senhor teria coragem de mandar fazer isso? — o questionou incrédulo. 

Joseph arqueou a sobrancelha, indicando que estava falando sério para ele, que andou de um lado para o outro se sentindo indignado. 

— Por quê? Só me diz por que aceitou esse acordo vovô? Oh mio Dio!. 

— O pai da moça salvou minha vida uma vez e eu tinha uma dívida de gratidão. 

— E eu tenho que pagar por ela?  

Seu avô bateu na mesa irritado, e se levantou falando alto com ele daquela vez. 

— Não me tire do sério Mario, eu dei minha palavra e de toda forma você teria que se casar, então isso já está decidido e pronto. 

Mario saiu irritado daquele escritório, não queria aceitar que seu avô tivesse decidido seu futuro daquela forma, ele ainda se sentia novo para se amarrar daquele jeito, era o atual padrinho da organização, que antes era chefiada por seu avô, mas também era professor de psicologia em uma universidade, aquilo era o mínimo de normalidade que ele conseguia, tinha muitas coisas para lidar e fazer, não tinha tempo para um casamento e muito menos uma esposa.

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