POV Liah
A lua parecia mais suave naquela noite.
Pela primeira vez em muito tempo, eu não carregava sangue nas mãos.
Mas ainda carregava a solidão nos ossos.
Meus pés me levaram até a porta de Rhaziel como se fosse um chamado.
Não era luxúria.
Era sede de algo que nunca tive: um toque escolhido. Um amor calmo. Um corpo que me visse — não como uma arma, nem como uma loba marcada — mas como mulher.
Ele abriu a porta e congelou ao me ver.
— Liah… — sua voz quebrou entre o susto e a esperança.
Eu entrei sem falar. Meus olhos marejados falavam por mim.
— Eu… não quero morrer amanhã sem saber como é ser tocada sem medo — murmurei, com os dedos trêmulos. — Quero ser sua. Só essa noite. Por escolha.
Os olhos âmbar dele brilharam como chamas contidas.
Ele me envolveu com cuidado, mas meu corpo buscava mais.
Eu queria que ele me sentisse.
Que ele me tomasse como se fosse a primeira — e última — vez.
Beijei seus lábios com saudade e dor.
Com necessidade e entrega.