POV Magnus
O gosto do sangue me era mais doce do que o vinho negro dos clãs antigos. Cada vez que minhas presas se cravavam na garganta de um traidor, eu via o rosto dela — fria, inalcançável, soberana.
Minha loba.
Minha maldição.
Minha perdição.
Ela havia desaparecido da cama que um dia dividimos. Agora dormia sob os panos de linho real, ao lado de um verme de outro reino, um Alfa enfeitado que ousava sorrir para meus filhos… e ser chamado de pai por eles.
Eu queria arrancar sua garganta e banhar o trono com seu sangue.
Mas o que me feria mais profundamente… era o modo como ela o olhava. Com a ternura que um dia foi minha. Como se, no fundo, já tivesse me esquecido.
Mas ela não esqueceu.
Ninguém esquece a dor que transforma.
Ninguém esquece o toque do alfa que a marcou com dentes e fogo.
As sombras me obedeciam. Meus homens recuavam quando eu passava, como se pressentissem que meu controle estava se esfarelando.
Eu não era mais rei. Eu era a tempestade.
E se ela ousasse