Seu sorrisinho de triunfo me irrita. Quero apagar essa expressão convencida de seu rosto. Quero colocá-lo em seu devido lugar.
— Sempre essa mania de brincar com as pessoas, não é?
O sorriso desaparece. Seus olhos brilham com um desafio silencioso. O ar entre nós muda.
— Pensa que estou brincando?
— De novo essa sua mania de responder perguntas com outras perguntas… — murmuro, cruzando os braços. — Você deveria variar as técnicas, senhor. Está começando a ficar previsível.
A provocação sai mais leve do que eu gostaria, porque ele se move. Um, dois passos em minha direção. Meu corpo, como um reflexo involuntário, recua. Meu coração dispara.
— Eu não brinco com você.
— Oh… e então por que me chamar ao seu escritório? Para brincar de gato e rato?
Ele solta um suspiro, quase como se estivesse cansado da minha resistência. E então, avança mais uma vez. Desta vez, não recuo.
Seus olhos descem até meus lábios. Sua mão toca meu rosto com uma firmeza delicada. Minha respiração falha.
— Do que