CAPÍTULO 59
O morro amanheceu diferente. O sol iluminava a comunidade com força, e o ar estava leve, carregado de expectativa. RB caminhava pelas ruas, observando os primeiros sinais de vida: crianças correndo, mães preparando o café, jovens sorrindo com a sensação de futuro.
— Chefe, olha isso — disse Júnior, apontando para a quadra central. — As meninas já tão chegando para a oficina.
RB sorriu. A quadra, que antes era cenário de guerra, agora se transformava em palco de esperança. Mesas organizadas, roupas de desfile espalhadas, espelhos improvisados. Lavínia, no centro, já começava a orientar as primeiras participantes.
— Postura, sorriso, confiança — dizia, a voz firme, mas carregada de carinho. — Aqui vocês aprendem mais do que desfilar: aprendem a se impor no mundo.
As meninas ouviam, algumas tímidas, outras decididas. Cada gesto de Lavínia mostrava que o morro podia ser mais que trincheira: podia ser escola, abrigo, palco de oportunidades.
RB observava de longe, sentind