— Se realmente seu relógio biológico estiver acabando. — Faço uma pausa tocando em meu queixo encarando-a em desafio. — Quem disse a você que filho para ser filho precisa ser de sangue.
— Você está falando de adoção, Beatriz?
— Sim, Lourdes, estou! Filhos não precisam nascer de nosso ventre para ser filhos, eles precisam passar por nós.
— Nunca pensei sobre isso, amiga, mas pensarei. É algo que posso cogitar.
— Ótimo, pense a respeito. — Digo me encostando ao sofá e olhando a TV.
— Bea?
— Sim? — Voltei a olhar em sua direção e ela me fitava com preocupação. — O que foi?
— Já que estamos confessando as coisas…
— Não diria isso.
— Me responde uma coisa? — Pergunta ignorando as minhas palavras.
— Ué! Pergunte!
— Você está bem?
— Você quer dizer agora?
— Também. No geral, como você está?
— Não sei, Lourdes! Estou preocupada, muito, na verdade, mas, ao mesmo tempo, tentando ser positiva, como você pediu.
— Sim, sei disso, o que quero saber é se… — Ela faz uma