ZOE
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No dia seguinte, acordei cedo na intenção de acompanhar o clima dos meus pais no café da manhã, mas eles já haviam saído.
— Bom dia, Lúcia?!
— Bom dia, Zoe.
— Onde estão os meus pais?
— Eles não tomaram café da manhã hoje, cada um saiu em seus respectivos carros, mas seu pai pediu para o Joel receber o seu professor.
— Você viu se eles se falaram?
— O silêncio foi constrangedor.
— Isso não vai acabar bem. Avise ao motorista que hoje à tarde nós iremos sair.
— Você sabe que os seus pais não gostam que você saia sem a presença deles, Zoe.
— A época dos meus pais controlarem os meus passos acabou. Já chega dessa merda toda.
— Isso vai acabar sobrando para o Joel.
— Você já percebeu que ninguém está se respeitando? Que moral o meu pai tem de me cobrar algo tendo o rabo sujo? Você fala " Os seus pais", como se a minha mãe tivesse alguma voz aqui. O problema é ele, aquele hipócrita do caralho.
— Que linguajar é esse, Zoe?
— O linguajar de uma filha cansada