POV Daniel
Ela se afastou sem dizer uma palavra. Eu estava parado no meio do quarto, o celular ainda na mão, com o som do tapa ecoando na minha mente, como se tivesse sido um golpe mais forte do que o físico. Ela não recuou. Não pediu desculpas. Não se escondeu atrás de nenhuma mentira como sempre fazia. Foi direto ao ponto.
E eu? Eu reagi.
Eu não sou um monstro. Não sou. Mas algo dentro de mim se partiu naquela hora. A provocação dela, os jogos mentais... tudo isso tinha um preço. Ela sabia disso. Sabia, porque estava me desafiando. E eu, no fundo, sabia que não iria me contentar em apenas assistir. Eu queria mais. Queria ver ela se revelar. Queria ser o último a rir.
O tapa dela queimava na minha pele, mas a sensação mais forte era de humilhação. Como é possível que ela tivesse tanta confiança? Como se pudesse fazer o que quisesse e sair impune, como uma personagem em um filme que sempre vence? Eu estava furioso com a cena inteira. Fui até a janela e olhei para a rua, tentando a