AS SOMBRAS DE UMA CASA SEM DONA

A porta pesada da mansão se fechou atrás de nós com um baque conhecido, um som que sempre ecoava pelos corredores de mármore como um lembrete de que aquela casa nunca fora um lar verdadeiramente acolhedor.

— Marla esticou o pescoço, ajeitando a alça da bolsa de designer enquanto observava o hall decorado e silencioso, onde cada objeto parecia carregar um peso histórico.

— As luminárias de cristal pendiam do teto alto, lançando reflexos que dançavam nas paredes adornadas com retratos de ancestrais que pareciam vigiar cada movimento, como se estivessem avaliando a legitimidade de sua presença ali.

— Eu vou para o quarto me refrescar — disse ela, com aquele sorriso treinado, uma máscara de contenção que ocultava suas verdadeiras emoções — e desço para o jantar.

— Se tudo correr conforme o planejado, espero que o jantar esteja tão impecável quanto as expectativas que todos têm de mim.

— Adric, percebendo