SARAH
Mal consigo fechar os olhos, e agora estou aqui, com a mente a mil por hora. A ansiedade me consome por dentro, criando um nó apertado em meu peito.
Vou me trocar e partir para o meu destino. Não sei quando retornarei da Espanha, o lugar onde ele estabeleceu moradia após deixar tudo para trás. Será que ainda lembra de mim? Será que guardou algo do que vivemos, ou apagou completamente nosso passado como se nunca tivesse existido?
Depois de me arrumar, embarco no ônibus. O abrigo onde passei boa parte da minha infância e juventude fica distante da minha casa, mas cada quilômetro percorrido só aumenta a inquietação dentro de mim.
Antes de sair, pedi às minhas amigas que cuidassem da minha filha. Não gosto de deixá-la, mas algo dentro de mim diz que essa viagem é necessária. O que estou buscando? Respostas? Um fechamento? Ou ainda carrego a esperança tola de reencontrá-lo e sentir algo além da saudade que me corrói?
Quando me deparo com a porta do orfanato, um sorriso involuntário s