CAPÍTULO 2

Aperto a companhia da casa da Mia algumas vezes até que uma senhora abre a porta e eu entro.

A casa da Mia era linda, tinha as paredes de uma cor meio marrom bem claro, fazendo um belo contraste com os móveis pretos de madeiras.

– Oi, amiga, vem vamos até o escritório do meu pai – Mia diz me puxando.

– Mia... – Ela não deixou que eu terminasse de falar e abriu a porta, Logan estava sentado lendo algo, ele estava bem concentrado ainda usando a mesma roupa de quando eu o vi na escola. A única coisa que mudou foi que agora ele usava uns óculos de leitura, eu nunca o tinha visto tão sexy, Mia me puxou e sentamos em frente a ele.

– O que foi, Mia? – ele pergunta tirando os óculos e abandonado o que estava lendo.

– Pai, agora que a Mel já chegou, podemos conversa?

– Claro – ele diz e olha diretamente em meus olhos, nunca me senti tão exposta diante deste homem.

– Como depois de amanhã são as férias, quero passar na praia...

– Filha, você sabe que não deixarei ir sozinha – ele fala cruzando os braços.

– Mas, pai, iremos eu, a Mel e alguns amigos meus – ela diz de um jeito manhoso.

– Mia, sem chance, não irei deixar você ir sozinha, ainda mais com dois moleques inconsequentes – ele diz ríspido.

– Por favor, pai, eles não são inconsequentes, não sei o que está acontecendo, você não confia mais em mim – ela sempre começa com um pouco de drama e convence o pai.

– Mia, você não irá. A não ser que...

– A não ser que? – ela diz animada.

– Eu irei com vocês, preciso de férias – ele fala sorrindo.

– Mas, pai.

– Essa é a minha condição, Mia – ele fala, Mia olha para mim como se pedindo ajuda, só balanço a cabeça em negativa, ainda não sei como será ficar tanto tempo com ele.

– Tudo bem – ela diz. Ele deu um amplo sorriso que fez com que sentisse a umidade entre minhas pernas.

– Vem, Mel – ela pegou a minha mão e saímos do escritório dele.

Subimos para o quarto da Mia.

– Mia – chamo, ela se joga na cama e eu me deito ao lado dela.

– Sim, Mel. – Ela se vira para mim.

– Não sei se poderei ir...

– Não, amiga! – ela grita.

– Mia, tenho que falar com a minha mãe, não sei se poderei.

– Claro que a sua mãe vai deixar. – Ela sorri. – Imagina como vai ser legal, nem acredito que só falta um dia para estarmos de férias – ela fala animada, rimos juntas.

Ficamos conversando um bom tempo, Mia é a pessoa mais extrovertida que conheço.

– Allan acabou de nós convidar para ir a uma festa, o que acha? – ela diz olhando o celular.

– Não, amiga, estou muito cansada e você sabe que não gosto dessas coisas.

– Eu sei, mas a esperança é a última que morre. – Rimos muito.

– Vou me arrumar, quero encontrar meu namorado. – Ela se levanta e vai até o closet.

– Hum... Você e o Allan estão bem sérios? – pergunto.

– Sim, irei contar para o meu pai quando estivermos em Angra. Qual você acha melhor? – Ela estende dois vestidos, um preto e outro azul, o preto é um vestido tubinho sem alças cheios de pedrinhas no decote, já o azul prende no pescoço, deixando as costas nuas, o tom do azul é um dégradé que começa no azul-claro e vai até o azul-escuro, os dois vão até o meio das coxas.

– Os dois são lindos, mas gostei mais do azul.

– Também, amiga, já sei até o salto que irei usar, você tem certeza que não quer ir?

– Sim, eu tenho, e tenho que falar com a minha mãe.

– Está bem. Acho que o meu pai já foi para o trabalho, o que acha de assistimos um filme? – ela diz se levantando.

– Tá bom – digo sorrindo.

Mia escolheu o filme O escorpião apaixonado, como ela disse, o pai já tinha voltado para o trabalho.

Fizemos pipoca e brigadeiro e assistimos ao filme – eu assisti, já que Mia falava sobre coisa aleatórias a todo momento – que era muito bom.

Quando acabou o filme, Mia já estava dormindo em meu colo.

– Mia? – sacudo levemente, mas ela não acorda. – Mia – chamo mais alto e balanço mais forte. – MIA! – grito, ela se assusta e cai no chão, gargalho da cara de pânico que ela está.

– Ai, por que você fez isso, sua louca? – ela diz arrumando os cabelos, continuo rindo, minha barriga dói. – Isso não teve graça, Mel.

– Claro que teve, você deveria ter visto a sua cara – falo entre risos.

– Por que você fez isso?

– Já acabou o filme e já está quase na hora de você ir se arrumar. E eu estou indo embora, ainda vou ter que convencer a minha mãe a me deixar viajar com vocês.

– Tudo bem, vai lá, me avise quando falar com ela. – Ela me leva até a porta e me dá um beijo na bochecha.

– Tchau, Mia, quando falar com ela, te aviso sim.

Saio da casa de Mia, já era 18:27. A minha mãe chega em casa às 19 h, vou indo para casa bem devagar, estou muito cansada, vejo algumas pessoas perto de um bar, alguns gritam coisas obscenas para mim, continuou andando.

Chego em casa e encontro a minha mãe falando algo com Nanã.

– Onde você estava, Mel? – minha mãe pergunta, me sento no sofá.

– Estava na casa da Mia, mãe?

– O que você irá pedir agora? – ela pergunta se sentando, Naná sorri e vai para cozinha.

– Nossa, mãe! – falo com um tom falso de indignação.

– Fala logo, filha.

– Eu posso ir para Angra com a Mia?

– Não – ela diz e começa a mexer no celular.

– Mas, mãe, alguns amigos nossos também vão, o Logan também vai – digo. Ela para de mexer no celular e olha para mim.

– Filha, nós já conversamos, você não gosta de fazer esse tipo de coisa e sei que você só quer ir por causa do Logan, mas você é perfeita, não precisa dele. Aliás, ele é um bobo por não perceber a mulher maravilhosa que você é. – Ela acaricia o meu rosto, meus olhos cheios de lágrimas.

– Eu sei, mãe, mas não é fácil, eu o amo. Mas, mãe, eu quero ir realmente, não só por ele e sim por mim – digo fungando.

– Tudo bem, filha, pode ir – ela diz. Eu e minha mãe temos uma ligação muito forte, ela me entende de um jeito único, talvez ela saiba como é amar alguém mais velho, já que o meu pai era sete anos mais velho quando eles se casaram – minha mãe tinha dezoito e ele 24 anos – eles ficaram juntos por 12 anos, no começo foi estranho não ver os dois juntos.

– Obrigada, mãe. – Abraço e me levanto para ir para o meu quarto.

– Daqui a pouco, desça para jantar.

– Tudo bem, só irei tomar um banho. – Subo para o meu quarto, me jogo na cama e pego o celular, escrevo uma mensagem para Mia.

Eu: Angra que nos espere, vamos arrasar lá, tudo certo, a minha mãe deixou eu ir.

Envio a mensagem e penso, já se passou muito tempo que amo Logan, tenho que fazer algo para que ele me note nesta viagem, escuto o som de uma nova mensagem.

Mia: Hum, gostei da animação, vamos arrasar, tenho que ir, o Allan chegou beijos.

Me levanto, começo a tirar a roupa. Me lembro agora que Ryan também vai, por Deus que ele não fique em meu pé, tenho que dar o meu jeito.

Entro no banheiro e começo o meu banho.

Saio do banheiro e visto uma calcinha de renda e minha camisola que tem dois olhos de coruja nos seios, ela é muito confortável e fofa.

Desço, a minha mãe está trabalhando como sempre.

– Já chega de trabalho por hoje, dona Luciana – digo fechando o notebook ela se assusta.

– Você e suas manias de assustar as pessoas, Melissa. – Sorrio e ela se levanta do sofá. – Vem, vamos comer.

Fomos para a sala de jantar, Naná fez uma salada, arroz e beterraba, Ela não quis se juntar a nós, então ficamos só a minha mãe e eu.

– Como foi o seu dia, Mel?

Conto como foi o meu dia e ela conta como foi o dela, ela diz que está trabalhando muito, já que ela é arquiteta e está trabalhando em uma obra do novo shopping.

Terminamos de jantar e eu e Luciana ficamos conversando, me deitei em seu colo e assistimos aos programas, ela acariciava meus cabelos.

Já estava quase dormindo quando minha mãe diz:

– Filha, já esta tarde, vai se deitar, você já está quase dormindo.

– Tá bem, mãe, boa noite.

– Boa noite, filha. – Ela beija a minha testa e me levanto.

Entro no quarto, arrumo a minha cama e me deito, apago logo após.

***

Acordo cedo, antes que o meu despertador, não consigo dormir, tudo por causa de um sonho com o Logan.

No sonho, estávamos em uma casa linda, ele estava lindo, me beijava e fazíamos amor, e, quando ele ia dizer algo, acordo do meu sonho.

Desisto de ficar deitada e me levanto, sigo para o banheiro tomo o meu banho, fico um bom tempo no banheiro.

Me enrolo na toalha e saio do banheiro.

Coloco uma calça jeans azul, coloco a blusa da escola e uma sapatilha preta.

Pego a bolsa e celular, saio do quarto e desço.

Encontro minha mãe tomando café da manhã, beijo a testa dela.

– Bom dia, mãe.

– Bom dia, Mel, hoje irei te levar na escola, depois te busco, ok?

– Tá bom, mãe. – Como eu estudo em uma escola particular, várias garotas acham que a mãe ir busca os filhos na escola é coisa de criança, mas eu não, adora passar o tempo com a minha mãe. Mia também não se importa, mas qual é a garota que dirá algo dela já que é a mais popular, para mim, as outras garotas sentem inveja das poucas mães que ainda se importa com os filhos.

– Terminei, mãe.

– Então vamos, filha.

#Logan

– Mia querida, vamos logo.

– Estou indo, pai – ela grita.

Mia desce, meu Deus, nunca vi uma pessoa demorar tanto para se arrumar.

Saímos de casa e seguimos para escola. Mia vai falando os planos que tem quando estiver em Angra.

Paramos em frente à escola e Mia desce, ela vê a amiga, parece que a Mel está com a mãe, saio do carro.

– Bom dia – digo para duas.

– Bom dia – elas respondem em uníssono.

Mel fica me encarando.

Tento disfarçar fingindo prestar atenção no que Mia está falando para Luciana.

– Obrigada por você deixar ela ir, tia.

– Não foi nada, Mia, se comportem, mocinhas.

– Tchau, filha. – Ela beija a bochecha de Mel que desvia os olhos de mim.

Percebo que a mãe dela disse algo que a fez fica vermelha.

– Tchau, pai. – Mia beija a minha bochecha e pega o braço da amiga seguindo para dentro da escola.

– Tchau, Luciana. – Lhe abraço.

– Tchau, Logan. – Ela retribui.

Entro no carro e dou partida, coloco para tocar a música Am I Wrong, do Nico e Vinz, vou cantando, hoje estou animado.

Chego na empresa e encontro João, meu amigo, como sempre, ele está paquerando a recepcionista que nem dá bola para ele. Acho muito interessante, já que ele é um cara conquistador, é alto, cabelos cacheados como os de um anjinho de desenho infantis e não curte academia, mas sempre está na praia.

– Bom dia – digo para os dois.

– Está animado hoje, cara? – ele pergunta sorrindo.

– Depois conversamos. – Sorrio para a moça da recepção que não lembro o nome e sigo para minha sala.

Lúcia está em frente à minha sala e, pela sua aparência, as notícias não são boas.

– O que aconteceu, Lúcia? – pergunto quando estou á sua frente.

– Aquela moça está novamente aqui.

– Que moça? – pergunto confuso.

– A ruiva...

– Pode deixar, vou falar com ela.

Entro na minha sala e encontro Renata sentada em minha cadeira, ela está vendo algo no celular e, quando escuta o barulho da porta, me olha.

– Bom dia, estava com saudades.

– O que você quer? – falo e a levanto do meu lugar e me sento, ela se senta em minha mesa e dobra as pernas me deixando com uma boa visão da sua calcinha vermelha.

– Nossa, depois da semana passada ainda me trata assim – ela diz fazendo com que pare de olhar para o meio das suas pernas e encare o seu rosto.

– Você sabe muito bem como sou e você quis ir, não foi passeio, fui a trabalho – digo afrouxando a minha gravata.

– Eu sei, mas poderia me tratar um pouco melhor, nos divertimos muito.

– Eu sei, Renata, mas eu tenho que fazer um monte de coisas, o que você quer?

– Hum, vim te convidar para saímos amanhã à noite?

– Não posso.

– Por que? – ela diz de uma forma manhosa.

– Porque irei viajar...

– Sério? Posso ir? – Ela me corta.

– Não, irei com a minha filha.

– Por favor, você pode dizer que somos amigos, por favor. – Ela se senta em meu colo.

– Acho que não será uma boa ideia – digo. Renata começa a rebolar em meu colo beija meu pescoço.

– Amanhã à noite passo em sua casa. – Não queria perder tempo e queria me divertir em Angra. Ela sorri e se levanta do meu colo.

– Quando sair daqui, passa lá.

– Tudo bem – ela me beijar de uma maneira, como se estivéssemos fazendo sexo e, logo depois, sai da minha sala. Começo o meu trabalho e penso em como Mia e todo o seu ciúme irá reagir quando vir a Renata.

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